Exposição de fotografias e postais será aberta quinta, no Casarão 34

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Os amantes das artes plásticas podem conferir nesta quinta-feira (10), às 20h, na Unidade Cultural Casarão 34 (praça Dom Adauto, Centro), a abertura da exposição de fotografias, cartanemas e lançamento da coleção de postais ‘Bordado da Prata’ dos artistas Gustavo Moura e Wênio Pinheiro. A exposição permanece aberta à visitação pública até o dia 10 de fevereiro, em horário comercial. A realização é da Prefeitura de João Pessoa (PMPJ), por meio de sua Fundação Cultural (Funjope).

O designer gráfico Wênio Pinheiro, é natural de Campina Grande e mora atualmente em João Pessoa, onde desenvolve trabalhos na área, além dos ‘cartanemas’ em parceria com o fotógrafo Gustavo Moura, que nasceu na Capital e apresenta uma vasta experiência na arte da fotografia. Moura já participou de exposições individuais e coletivas em várias cidades, a exemplo das mostras ‘Fome de Viver’, ocorrida no antigo lixão do Róger, em 1980; ‘Bordéis’, no ano de 1981, em Fortaleza (CE); ‘Brasil Bom de Bola’, no Museu da República, no Rio de Janeiro, e ‘Ariano Suassuna 80 Anos’, no Festival de Cinema dos Países da Língua Portuguesa (Cine Port), que aconteceu no ano passado em João Pessoa.

Cartanema – É uma composição realizada a partir de um cartão-postal, criada na década de 70 pelo artista plástico pernambucano Aloísio Magalhães e batizada por Antônio Houaiss, funcionando como a chave que abre para a fotografia o campo do abstracionismo.

Tomando o cartão-postal como módulo gerador da composição, através de um simples processo de colagem, Aloísio criou painéis de natureza caleidoscópica e enorme riqueza plástica, fazendo com que a imagem matriz perca a sua significação original no abstracionismo do conjunto.

Os cartanemas de Aloísio foram expostos pela primeira vez em 1972, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. A ‘série brasileira’, de 1972, foi seguida pelas séries ‘barroca’ e ‘preto e branco’, ambas de 1974.
É por essa trilha aberta por Aloísio Magalhães que agora caminham os paraibanos Gustavo Moura e Wênio Pinheiro. Com o uso dos modernos recursos oferecidos pelo computador, os dois artistas ampliam as possibilidades do cartanema, criando composições abstratas a partir de fotografias que Gustavo Moura tirou de pessoas, de detalhes de monumentos arquitetônicos paraibanos ou mesmo de trechos da paisagem da sua terra natal.

O poeta Lau Siqueira, em fragmentos do texto ‘Os elos da imaginação e a concretude do cotidiano’, dedicado à exposição, ressalta que “a lente, na verdade, é a extensão da retina em um criador que busca a transfiguração do real, a releitura do mundo através da fotografia. Não se trata, pois, apenas de capturar imagens. Trata-se de fundar uma relação absolutamente singular no que permite a nudez do olhar. Assim está estabelecido o permanente exercício de Gustavo Moura com a profusão de elementos dispostos no que irá determinar a perenidade dos instantes capturados”.

Em outro trecho, Siqueira revela ainda sentimentos provocados pela obra dos artistas. “Percebemos que os cartões postais resultantes deste trabalho traduzem, sobretudo, um olhar absolutamente afetivo sobre aspectos aparentemente imperceptíveis da cidade. Gustavo, mestre das imagens e da imaginação, aproxima o equipamento fotográfico da capacidade criativa que um pincel possui nas mãos de um pintor. E desta forma vai estabelecendo uma colheita de absoluta originalidade nos cenários e no imaginário da velha Parahyba”, conclui Lau.