Exposição e performance artística marcam dia pelo fim da violência contra a mulher na Capital

Por Max Oliveira - em 1285

A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) segue com a programação alusiva a campanha 16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra a mulher. Neste sábado (25), data que marca o Dia Internacional da não Violência contra a Mulher, será aberta no Casarão 34, Centro, a exposição Relatos Cicatrizados de Beth Moysés, que reúne vídeos e fotografias de diversos trabalhos da carreira da artista plástica de São Paulo.

Haverá, também, a continuação da performance ‘Águas Transitórias’, que teve início na manhã desta sexta-feira (24) no Rio Sanhauá, com a participação de vinte usuárias atendidas pelo Centro de Referência da Mulher representando mulheres que sofreram violência física e psicológica. O trabalho encenado fala metaforicamente de recomeços possíveis, já que “tudo é temporário”, ou seja, tudo são “águas transitórias”, diz a artista, que já percorreu diversos lugares do mundo e está na capital paraibana pela primeira vez.

Já a curadora da exposição, Claudia Fazzola, diz que o público que comparecer ao Casarão 34 poderá vivenciar uma experiência visual muito acolhedora, porque é uma reunião de relatos de mulheres que conhecem e viveram experiência de violência. “São dramas psíquicos, físicos da vida de tantas mulheres, submetidas a experiências complexas de convivência de relações desiguais de poder, e que por meio do trabalho de uma artista multimídia como a Beth Moysés encontra um canal de comunicação para estabelecer uma dinâmica de afeto a partir dessas obras”, disse. 

O evento é promovido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), através de uma parceria da Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM) e da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope). A secretária da SEPPM, Lídia Moura, disse que a Paraíba possui números assustadores de violência contra a mulher e que intervenções artísticas ajudam a sensibilizar as pessoas sobre o tema.

“No ano passado, 97 mulheres foram assassinadas. Já esse ano, até setembro, já são 66 mortes. A violência contra a mulher é um terreno muito árido, muito doloroso. Então, uma intervenção poética do nível da artista Beth Moysés é um alento, simboliza renascimento e resistência”, afirma.

 

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