Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa mostra simbiose entre músicos e plateia
“A vontade de fazer musica e a vontade de ouvir música”. A frase é do maestro Laércio Diniz, um dos diretores do 5° Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa. Ela resume com bastante fidelidade como é a relação do público com os músicos durante o evento que transformou a Capital em apoteose da música clássica nesta semana. A organização é da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), em parceria com o BNDES e Ministério da Cultura.
Na noite desta quinta-feira (30) as Igrejas do Carmo e de São Francisco, ambas no Centro Histórico da Capital, sediaram mais dois concertos musicais que comprovaram que esta simbiose é, de fato, uma das grandes marcas do festival. “João Pessoa tem talento para a música erudita e não é só por causa da participação de grandes músicos, mas, também, pela participação do público, que traz toda uma experiência que a cidade tem como tradição para a música clássica”, afirma o maestro Laércio Diniz.
Na Igreja do Carmo o concerto reuniu seis músicos de seis países diferentes, executando o programa com composições de J. Brahms. Masha Iakoleva, da Russia, no violino, Dimiter Tchernookov, da Búlgaria, no violino, Vilém Kijonka, da República Tcheca, na viola, Ásidís Valdimartsdóttir, da Islândia, na viola, Tomasz Daroch, da Polônia, no violoncelo, e Ketevan Roinishvili, da Geórgia, violoncelo. As performances encantaram a platéia.
“Eu costumo acompanhar concertos músicas, sou uma grande apreciadora do gênero, mas sempre em salas de concertos. Numa igreja foi a primeira vez”, revela a aposentada paulista Jane de Souza, que está morando na Capital há dez meses. “João Pessoa está de parabéns. É uma iniciativa que enriquece culturalmente, porque combina a qualidade da música clássica com o lado histórico da cidade”, conclui.
Como em todos os dias, é na Igreja de São Francisco que se encerram as noites músicas. Nesta quinta-feira (30), os músicos Asi Matathias, de Israel, no violino, e Victor Stanislavky, da Ucrânia, no piano, se encarregaram de cumprir essa missão de forma magistral. Com o programa composto por canções de T.A. Vitali e E. Grieg, a platéia aplaudiu de pé após o concerto. A platéia bem eclética, de todas as faixas etárias e diferentes gostos musicais.
A experiência, inclusive, pôde ser vivenciada por alunos do programa de Ensino de Jovens e Adultos (Eja) das escolas municipais Fernando Milanez, do Colinas do Sul, Tarcila Barbosa da Franca, do Grotão, e Raimundo Nonato, de Gramame. O professor de história da Escola Fernando Milanez, Felipe Gomes, explicou a importância do evento na relação com o aprendizado.
“É importante primeiramente apresentá-los a um ambiente como o Centro Histórico, com sua riqueza arquitetônica e cultural para a cidade. E o festival é uma oportunidade impar, para eles puderem apreciar uma música de ótima qualidade. E tudo isso não deixa de ser uma aula, só que fora da sala”, explicou.