Frans Krajcberg chega a João Pessoa e fica surpreso com estrutura da Estação Cabo Branco

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O ambientalista e artista plástico Frans Krajcberg chegou a João Pessoa na tarde desta segunda-feira (25) e ficou encantado com o novo prédio da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, que será inaugurado nesta sexta-feira (29), com a presença de autoridades e artistas plásticos de várias partes do país. O artista marca a cerimônia de inauguração com a abertura da exposição “Natureza Extrema”.

Frans Krajcberg, que se dedica há décadas à causa ambiental, chega aos 91 anos com o mesmo ímpeto em defesa da natureza. Ele acredita que estamos caminhando para a destruição das florestas ainda existentes e que as pessoas precisam se conscientizar de sua responsabilidade quanto às condições de vida em um futuro próximo.

Assim que chegou de viagem, Krajcberg visitou a Estação, onde está sendo montada sua exposição. A estrutura do local impressionou o artista, que tem uma reserva ambiental localizada em Nova Viçosa, interior da Bahia. “O lugar é melhor do que eu imaginava”, afirmou Frans Krajcberg. Na visita, ele foi recepcionado pela diretora geral da Estação Cabo Branco, Mariane Góes, e pela curadora do complexo, Lúcia França.

“Natureza Extrema” é um conjunto composto de cinco totens, sete esculturas em vários tamanhos, três relevos e 24 fotografias de queimadas da floresta. A exposição fica aberta à visitação até o dia 16 de setembro, no novo prédio.

Militante da natureza – Frans Krajcberg, o terceiro de cinco irmãos, nasceu em Kozienice, na Polônia, no dia 12 de abril de 1921. Foi oficial do Exército Soviético durante a 2ª Guerra Mundial, episódio em que perdeu toda a família nos campos de concentração nazistas. Graduado em Engenharia pela Universidade de Leningrado, na ex-União Soviética, o artista deu continuidade aos estudos na Academia de Belas Artes de Stuttgart, na Alemanha.

Krajcberg chegou ao Brasil no final da década de 1946, onde passou alguns dias morando nas ruas e dormindo em bancos de praças públicas do Rio de Janeiro, até pegar o trem na Central do Brasil rumo a São Paulo, onde começou a trabalhar como operário no Museu de Arte Moderna (MAM). Em 1954, Krajcberg larga tudo para viver sozinho numa cabana de madeira na floresta do Paraná. Neste mesmo ano, naturalizou-se brasileiro. Em 1952, o Museu de Arte Moderna de São Paulo realizou a sua primeira exposição. “O grande impacto da natureza eu senti no Brasil. Foi quando nasci uma segunda vez. Não sinto ter nascido lá na Polônia”, afirmou.

Há 41 anos, mora em Nova Viçosa, extremo sul da Bahia, numa área preservada de Mata Atlântica. No meio da floresta, ergueu sua casa sobre o galho de um tronco de pequi abandonado. “A natureza me salvou. Sorria para mim e nunca perguntava de onde eu vinha ou que religião tinha. Foi quando descobri a vida”, recordou, em lembranças contadas à biógrafa e cineasta Renata Rocha.

Existem hoje dois museus dedicados à obra de Krajcberg: o Espaço Cultural Frans Krajcberg, no Jardim Botânico de Curitiba, e o Museu Ecológico Frans Krajcberg, em Nova Viçosa (BA), ambos com a proposta de promover discussões sobre temas relacionados à arte contemporânea e à ecologia. Ao longo de sua vida, o artista foi reconhecido mundialmente com inúmeros prêmios, além de acumular títulos e honrarias concedidas pela força da sua obra e por sua postura humanística diante dos problemas socioambientais. O último foi conquistado em fevereiro, em Gifu, no Japão.

O Grito – Outro evento ligado à permanência do artista na cidade também tem a ver com a efervescência das discussões ambientais em torno da Conferência Rio+20: é a 5ª edição do Seminário “O Grito – Um Chamado Global”, em comemoração ao ano mundial da árvore. O evento acontece no auditório da Estação Cabo Branco, neste sábado (30), e vai contar com a participação do próprio artista e do poeta amazonense Tiago de Mello em mesas redondas e palestras o dia todo. Durante o Seminário haverá distribuição de cinco mil mudas e, à tarde, o lançamento do documentário “O Grito Kracjberg”, da jornalista Renata Rocha.

Contato para a imprensa

Lucenilde Araújo – Coordenadora-geral do Seminário O Grito

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