Frans Krajcberg concede entrevista coletiva nesta quinta e fala sobre exposição na Estação

Por - em 674

“Natureza Extrema”, do artista plástico Frans Krajcberg, considerado o maior escultor vivo da atualidade, é uma das exposições que inauguram o novo prédio do complexo arquitetônico da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes. Nesta quinta-feira (28), às 9h, o artista concederá entrevista coletiva no Salão Panorâmico da Estação Cabo Branco, localizado no 2° andar. Devido à idade avançada e aos problemas de saúde, esta será a única ocasião em que o artista falará com a imprensa.

A cerimônia de inauguração do novo prédio acontece na próxima sexta (29), quando será aberta a exposição – um conjunto composto de cinco totens, sete esculturas em vários tamanhos, três relevos e 24 fotografias de queimadas da floresta. A exposição fica aberta à visitação até o dia 16 de setembro, no novo prédio.

A maior parte das obras do artista tem como matéria-prima restos de madeira recuperados de queimadas. “O exemplo de vida de Kracjberg e, sobretudo, sua arte, que transforma árvores calcinadas em esculturas, nos faz repensar nossa postura diante da natureza, nos convoca a ações concretas para a preservação ambiental e nos inclui na legião de potenciais guardiões do planeta”, disse Lúcia França, vice-diretora e curadora da Estação.

Perfil – Frans Krajcberg, o terceiro de cinco irmãos, nasceu em Kozienice, na Polônia, no dia 12 de abril de 1921. Foi oficial do Exército Soviético durante a 2ª Guerra Mundial, episódio em que perdeu toda a família nos campos de concentração nazistas. Graduado em Engenharia pela Universidade de Leningrado, na ex-União Soviética, o artista deu continuidade aos estudos na Academia de Belas Artes de Stuttgart, na Alemanha.

Krajcberg chegou ao Brasil no final da década de 1940, quando passou alguns dias morando nas ruas e dormindo em bancos de praças públicas do Rio de Janeiro, até pegar um trem na Central do Brasil rumo a São Paulo, onde começou a trabalhar como operário no Museu de Arte Moderna (MAM). Em 1954, Krajcberg larga tudo para viver sozinho numa cabana de madeira na floresta do Paraná. Neste mesmo ano, naturalizou-se brasileiro. Em 1952, o Museu de Arte Moderna de São Paulo realizou a sua primeira exposição. “O grande impacto da natureza eu senti no Brasil. Foi quando nasci uma segunda vez. Não sinto ter nascido lá na Polônia”, afirmou.

Há 41 anos, mora em Nova Viçosa, extremo sul da Bahia, numa área preservada de Mata Atlântica. No meio da floresta, ergueu sua casa sobre o galho de um tronco de pequi abandonado. “A natureza me salvou. Sorria para mim e nunca me perguntava de onde eu vinha ou que religião tinha. Foi quando descobri a vida”, recordou, em lembranças contadas à biógrafa e cineasta Renata Rocha.

Existem hoje dois museus dedicados à obra de Krajcberg: o Espaço Cultural Frans Krajcberg, no Jardim Botânico de Curitiba, e o Museu Ecológico Frans Krajcberg, em Nova Viçosa (BA), ambos com a proposta de promover discussões sobre temas relacionados à arte contemporânea e à ecologia. Ao longo de sua vida, o artista foi reconhecido mundialmente com inúmeros prêmios, além de acumular títulos e honrarias concedidas pela força da sua obra e por sua postura humanística diante dos problemas socioambientais. O último foi conquistado em fevereiro, em Gifu, no Japão.

O Grito – Outro evento ligado à permanência do artista na cidade também tem a ver com a efervescência das discussões ambientais em torno da Conferência Rio+20: é a 5ª edição do Seminário “O Grito – Um Chamado Global”, em comemoração ao ano mundial da árvore. O evento acontece no auditório da Estação Cabo Branco, neste sábado (30), e vai contar com a participação do próprio artista e do poeta amazonense Tiago de Mello em mesas redondas e palestras o dia todo. Durante o seminário, serão distribuídas cinco mil mudas e, à tarde, haverá o lançamento do documentário “O Grito Kracjberg”, da jornalista Renata Rocha.

Serviço:

Exposição ‘Natureza Extrema’ Frans Kracjberg

Local: Novo prédio da Estação Cabo Branco –

Dia: Sexta-feira (29)

Hora: 18h

Em cartaz até 16 de setembro.

Horário de visitação: Terça a sexta-feira – 9h até 21h

Sábado e domingo – 10h até 21h

 

5ª Edição do Seminário “O grito – Um chamado global”

Local: Auditório da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes

Dia: Sábado (30)

Horário: 9h às 18h

Contato para imprensa

Lúcia França – Curadora e Vice-diretora da EStação

Fone: 8802.3255 – 3214.8270 – 3214.8303

Email: luciafranca1001@gmail.com

Renata Rocha – Assessora de Frans Kracjberg

Fone: (71) 9240-2770

Email: renatacomunicare@gmail.com

Lucenilde Araújo – Coordenadora geral do Seminário O Grito

Fone: (73) 9996.5408 – 3208.1320

Email: cheirodemar@uol.com.br