Gilberto Gil e Escurinho agitam última noite da Estação Nordeste
Diversidade cultural, belas canções e um público extraordinário. Assim foi a última noite do Festival Estação Nordeste, realizado nas areias da praia de Tambaú, no sábado (30). Iniciativa da Prefeitura de João Pessoa (PMJP), o festival foi finalizado com os shows do músico e percursionista Escurinho e uma lenda da Música Popular Brasileira chamada Gilberto Gil. O espetáculo de som e bom gosto foi iniciado às 21h, estendendo-se até a madrugada de domingo, oferecendo ao público presente um caldeirão musical com ingredientes da melhor qualidade.
A noite começou com o show eletrizante de Escurinho. No palco, o músico mostrou toda sua versatilidade. Pandeiro na mão e garganta afinada, trouxe ritmos nordestinos como o coco, a ciranda e o maracatu, mesclando tudo isso com uma certa batida de rock regional. O público atendeu aos apelos do artista, interagindo de forma efetiva com as peripécias musicais desse pernambucano há muito radicado em João Pessoa.
Após Escurinho foi a vez do bom baiano Gilberto Gil realizar um espetáculo antológico, iniciando o show com a bela Tempo Rei. Por vezes tranquilo, por vezes agitado e dançante, o músico mostrou vigor e carisma por mais de duas horas. Com vestimentas descontraídas e sotaque arrastado, o cantor trouxe para os tímpanos presentes hits calmos, como A Paz e a dançante Palco.
Envolto numa áurea quase divina daqueles que revolucionaram a música brasileira através do tropicalismo, o arco-íris Gil tocou guitarra, desafiou e venceu a percussão, além, claro, de entoar hinos como A Novidade, Aquele Abraço e Esotérico. Sobre a cidade, o baiano revelou estar feliz por vir a João Pessoa, elogiando a qualidade do Festival e a hospitalidade dos paraibanos. É importantíssimo o poder público apoiar a cultura nas suas mais diversas formas. E para os paraibanos, aquele abraço!, brincou.
Seguindo a mesma linha de raciocínio de Gil, Escurinho demonstrou entusiasmo ao falar sobre o Festival, explicando que o projeto contemplou diversos públicos, ou tribos, como ele definiu. Por fim, demonstrou a alegria de fazer o que mais gosta: cantar. É claro que participar de um projeto grandioso como esse é importante para qualquer um, mas cantar na Praça da Paz também é legal, disse o músico com um sorriso no rosto, para em seguida afirmar que os artistas da terra também tiveram vez e voz na ação cultural.
Já o presidente da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), Chico César, cuja pasta esteve à frente da organização do Festival, comemorou o resultado final do Estação Nordeste que ao longo de 30 dias trouxe para João Pessoa nomes como Pitty, Mutantes, Catedral, Jorge Benjor, Pinduca e o paraibano Zé Ramalho. Houve espaço para todos os gostos e ritmos. Foi um sucesso total, avaliou.
O prefeito Ricardo Coutinho também comentou sobre o sucesso do Festival, lembrando que o projeto foi realizado com recursos próprios, demonstrando satisfação pela ação cultural que colocou, na sua avaliação, João Pessoa no circuito nacional da música. Além de proporcionar diversão, a cultura gera divisas para a cidade. Todos ganham de uma forma ou de outra, analisou o gestor, informando que no próximo ano o Estação Nordeste está garantido.