Glinka e Brahms em recital de trios na Igreja São Bento na sexta-feira (5)

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José Luiz Sogorb (Espanha) trompaDois icônicos trios fazem o programa de abertura dos trabalhos da sexta-feira (5), às 14h30, pelo II Festival Internacional da Música Clássica de João Pessoa. Na Igreja São Bento,  o Trio Pathétique de Glinka soa com o piano de Juliana Steinbach, o clarinete de Arjan Woudenberg (Holanda) e o fagote de Hajime Konoye (Japão).

No Trio para trompa, violino e piano de Brahms, a pianista tem como colegas de palco o violinista israelense Asi Mathatias e o trompista Jose Luis Sogorb (Espanha). Os concertos do II Festival Internacional de Música Clássica têm entrada gratuita, realização da Prefeitura Municipal de João Pessoa e patrocínio do BNDES.

Glinka é considerado o pai da música erudita russa. O trio do programa foi escrito em 1832, quando o compositor tinha 28 anos e passava uma temporada em Milão. Foi chamado de Pathétique por causa de um manuscrito autografado onde o compositor dizia “Eu conheci o amor só pela dor que ele causa”.

Escrito em 1865, o Trio para trompa, violino e piano de Johannes Brahms foi composto em memória à sua mãe, que havia morrido naquele ano. Ao mesmo tempo, a obra reflete a influência dos sons da natureza sobre o imaginário musical de Brahms; o tema inicial teria brotado durante uma caminhada pela Floresta Negra (“Schwarzwald”), sendo a trompa um instrumento tradicionalmente associada a cenas de caça. Brahms aprendeu a tocar trompa natural (sem válvulas) quando criança.

O trompista Jose Luis Sogorb nasceu na Espanha. Cursou o Conservatório de Alicante com Vicente Navarro e continuou os estudos no Conservatório Real de Hague. Depois de ter atuado em várias orquestras europeias, tem tocado como solista convidado da Orquestra Real da Concertgebouw, da Filarmônica de Roterdã, da Orquestra Local de Hague, da Palau de Les Arts e da Filarmônica de Londres. Foi membro da Orquestra Het Gelders, na Holanda, e recentemente, assumiu o primeiro posto como trompista da Sinfônica da Galícia.

Asi Mathatias é um dileto de Pinchas Zukerman e reconhecido como um dos maiores violinistas de sua geração. Foi o mais jovem estudante da Universität für Musik und darstellende Kunst em Vienna. Sua estreia foi sob a batuta de Zubin Metha, aos 14 anos, com a Orquestra Filarmônica de Israel. Seus recitais cobrem toda a Europa, Estados Unidos, Ásia e Israel, bem como salas como Carnegie Hall, Stern Auditorium, Izumy Hall no Japão e The National Arts Center do Canadá. Já gravou para a BBC, CBC, WQXR, IBA e ORF.

Juliana Steinbach se apresentou por toda a Europa, Américas do Norte e do Sul, Israel e Ásia. Sua estreia, em 2002, foi com a Orquestra Sinfônica de Israel. Seguiram-se a Orquestra de Concerto da Rádio de Leipzig, a Sinfônica Mav Budapeste, a Orquestra Jovem de Friburgo, a Sinfônica Lírica de Paris, a Filarmônica de Nice e a Orquestra do Conservatório Laureates de Paris. Em 2005, fez sua primeira turnê na Ásia, com passagens por Seul, Manila, Bangcoc, Hong Kong, Yokohama e Tóquio. Foi premiada no Artlivre Concurso Internacional de Piano, em São Paulo (Brasil, 2001), Desempenho Tel-Hai (Israel, 2000 e 2001), na Competição Internacional de Jovens Pianistas, em Meknès (Marrocos, 1996), na Unesco (prêmio Flame) e ganhou o Grande Prêmio Vittorio Gui (Florença, Itália).

O holandês Arjan Woudenberg esteve em João Pessoa em 2013 como convidado da primeira edição do festival. Estudou clarinete no Conservatório Den Haag, a mais tradicional instituição de música do seu país, e a seguir no de Amsterdã. Depois de terminar os estudos em 2003, assumiu a vaga de primeiro clarinetista da Filarmônica da Rádio Holandesa e da Filarmônica da Rádio Kamer. Foi solista de várias orquestras europeias. Com o Quarteto De Doelen gravou o concerto de câmara de Karl Amadeus Hartmann para a gravadora alemã Cybele Records.

Hajime Konoye, fagotista da Filarmônica Neerlandesa, nasceu na Alemanha, mas cresceu em Tóquio. Após ter se graduado pela Universidade de Tóquio em música, tornou-se  primeiro fagote da Filarmônica do Novo Japão sob a regência de ninguém menos que Seiji Osawa. A relação com o maestro permanece até hoje: ele é convidado de Osawa em todos os verões para tocar na Orquestra Saito Kinen. Foi bolsista da Agência Cultural do Japão e primeiro fagote da Orquestra de Câmara da Rádio Holandesa. Sua performance do concerto de Mozart para fagote na Concertgebouw foi transmitida ao vivo para toda a Europa. No ano passado, fez um tour com a Orquestra Filarmônica da Ásia sob regência de Myung Whun Chung.

Serviço:

Dia 5 de dezembro, sexta – 14h

Local: Igreja São Bento (Rua Gal. Osório, s/nº)
Juliana Steinbach (Brasil, França/piano), Asi Matathias (Israel/violino), José L.Sogorb (Espanha/ trompa), Arjan Woudenberg (Holanda/clarinete) Hajime Konoe (Japão/fagote).

Entrada gratuita

Programa:

Glinka: Trio Pathétique para piano, clarinete e fagote

1- Allegro moderato      

2- Vivacissimo

3- Largo    

4- Allegro con spirito

Brahms: Trio em mi bemol maior para trompa, violino e piano op 40

1- Andante 

2-Scherzo (Allegro)       

3-Adagio mesto   

4- Finale (Allegro conbrio)