Hospital deixa de realizar184 cirurgias cardíacas na Capital

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De janeiro a junho deste ano, o Hospital Santa Paula deixou de realizar 184 cirurgias cardiovasculares em adultos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e divulgado nesta quinta-feira (23). O compromisso firmado entre a instituição e a SMS para um período de seis meses era de realizar 210 cirurgias, mas o Hospital só efetivou 26 procedimentos. No ano passado, ficaram acertadas 420 cirurgias, mas desse total o Santa Paula fez apenas 69, deixando de operar 351 pacientes do SUS.

Nesta quinta-feira pela manhã, o Hospital Santa Paula apresentou à secretária Roseana Meira uma lista com 223 pacientes à espera de uma cirurgia cardíaca e que estão sem atendimento. Mesmo antes da greve dos cirurgiões cardíacos, a instituição hospitalar já não atendia os pacientes do SUS.

Diante da lista, a secretária informou que vai interceder junto às equipes ambulatoriais do Santa Paula para que seja feita uma triagem dos pacientes de maiores riscos, a fim de que sejam encaminhados para outras cidades, enquanto a greve continuar.

Para a Roseana Meira, o pacto firmado em 2005 entre a Secretaria e o Hospital deveria ter sido cumprido, independente de uma greve. “Todos os procedimentos pactuados têm recursos para pagamento garantidos. Os pacientes já estavam aguardando as cirurgias muito antes da greve, mas não sabemos quais os motivos que levaram o hospital a não providenciar as cirurgias pactuadas”, questiona a secretária. Ela vai encaminhar os documentos que mostram esses números aos Ministérios Públicos Estadual e Federal nesta sexta-feira (24). “O que nós pedimos é que exista efetivamente um compromisso de ambas as partes”, completou.

Sobre a greve – A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) apresentou uma proposta de reajuste em três procedimentos cardíacos em outubro de 2006. A proposta de reajuste de 100% apresentada, pagos com recursos próprios, seria para as cirurgias de trocas de válvula, a revascularização e as cardiopatias congênitas.

Atualmente, o valor pago à equipe pela cirurgia é de R$ 700. Os anestesiologistas recebem R$ 300 e os hospitais credenciados R$ 2.230. Essa proposta incluía o reajuste para as equipes de cirurgiões e médicos anestesiologistas. “Os médicos, inclusive, tinham concordado com a proposta. No entanto, o representante da cooperativa entrou no processo de negociação querendo, interrompendo o acordo que seria firmado”, disse a secretária de Saúde.