Linha de crédito promove autonomia financeira para as mulheres no município

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Banco Cidadão003Disposta a conseguir sua independência financeira, a dona de casa Sherlany Martins da Costa procurou a Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM) onde conheceu uma linha de crédito para a mulher que quisesse se tornar microempreendedora. Como já estava habituada com o ramo da venda de jóias, Sherlany foi orientada a se inscrever na linha de crédito ‘Mulher Cidadã’ para investir em seu próprio negócio. “Já consegui quitar este financiamento. Agora estou esperando a liberação de um segundo”, afirma ela satisfeita.

O retorno financeiro para a nova microempreendedora veio em apenas quatro meses após o pedido de empréstimo ao Banco Cidadão, gerenciado pela Secretaria de Trabalho, Produção e Renda. “Não preciso mais pedir dinheiro a ninguém. Agora, quando quero comprar algo para mim, tenho minha própria renda e não preciso dar mais satisfação, além de poder comprar o que eu quero”, afirma Sherlany.

Elenice Guilherme da Silva é dona de uma lanchonete há oito anos. Através da indicação de uma amiga, ela procurou a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) para conseguir o financiamento no Banco Cidadão e, assim, dar uma guinada em seu estabelecimento. “Com o dinheiro na mão, pude comprar produtos com mais qualidade e atrair mais clientela”.

A comerciante também foi orientada pela Coordenadoria de Trabalho e Enfrentamento a Pobreza da Secretaria das Mulheres e se inscreveu na linha de crédito Mulher Cidadã. Ela ficou satisfeita com o retorno imediato do seu investimento. “O lucro veio em torno de três meses e estou conseguindo pagar tranquilamente o empréstimo, pois tem toda uma facilidade para que possamos quitar a dívida”, explica.

As histórias de vida de Elenice da Silva e Sherlany da Costa são apenas algumas das centenas de mulheres que procuram a Prefeitura de João Pessoa com o desejo de conquistar a sua autonomia financeira, por meio da organização de seu próprio negócio. “Através desta parceria com a Secretaria do Trabalho, Produção e Renda estamos conseguindo mudar a realidade de muitas mulheres, algumas até saíram do ciclo de violência doméstica depois que conseguiram obter sua própria renda”, afirma a secretária da SEPPM, Socorro Borges.

Entre estas mulheres está Clara (nome fictício). Ela sofria ameaças do namorado e dependia dele financeiramente. Após conversas com amigas, ela foi orientada a procurar a Secretaria das Mulheres para conseguir ajuda. “Foi onde eu fiquei sabendo sobre este empréstimo para as mulheres e como eu fazia bijouterias, teria a possibilidade em vendê-las e conseguir renda”, conta. Clara conseguiu um financiamento de R$ 2.000 e com o dinheiro, pode comprar matéria-prima para confecção de seus produtos.

Atualmente, ela participa da feira de mulheres artesãs, onde comercializa suas bijouterias. “Não foi fácil sair da situação de violência que eu vivia e chegar aonde cheguei hoje. Mas estou aqui para contar minha história e com o dinheiro que ganho com a venda das minhas bijouterias, eu consigo me manter e manter meus filhos”, relata.

Linha de crédito – De acordo com pesquisa de gênero 2014 do Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE), o número de mulheres responsáveis pela família subiu de 22% para 37% e a participação média delas na renda familiar é de 40,9%.

Em 2013, foram liberados pela linha de crédito Mulher Cidadã R$ 231.200,00, contemplando 84 mulheres. Até setembro deste ano, 77 foram beneficiadas, com recursos totais de R$ 258.600,00.

Essa linha de crédito beneficia mulheres incluídas em áreas de risco social, que exercem liderança familiar ou empreendedora, sendo encaminhadas pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres. Podem ser liberados até dez salários mínimos, com taxa de juros de 0,9% ao mês, com o prazo de 24 ou 12 meses para pagamento do empréstimo. O uso exclusivo para capital de giro tem como valor limite a quantia de R$ 2.700, com crédito quitado em até 12 meses e sem carência.

No caso de renovação de contratos, os valores podem ser maiores “Elas participam de uma capacitação em gestão empresarial, montam um plano de negócios e a Secretaria de Trabalho faz uma visita técnica para analisar o empreendimento. Se tudo estiver de acordo com os critérios do banco, o empréstimo é liberado e elas já podem começar a trabalhar”, explica Regina Bonfá, da Coordenadoria de Trabalho e Enfrentamento à Pobreza.