Louceira Dona Lourdes participa de mostra com performance sobre peças de barro
A louceira Dona Lourdes, uma das mais antigas mulheres da comunidade quilombola do Grilo, no Riachão do Bacamarte, em Campina Grande, vai estar em João Pessoa neste domingo (13) para uma performance de como se constrói e fabrica uma peça de barro. As demonstrações acontecerão no segundo pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano, em horários alternados: às 10h, 12h, 14h e 16h. A entrada é aberta ao público.
A apresentação de Dona Lourdes é uma das atividades da mostra fotográfica “Quilombos da Paraíba”, que foi aberta na semana passada com a presença de remanescentes quilombolas. No próximo dia 20 haverá no local uma roda de contação de história e estórias, um encontro com antigos quilombolas contando suas memórias e lendas. As rodas estão programadas para as 10h, 14h e 16h, no mesmo local.
Dona Lourdes, como é conhecida pelos moradores da comunidade, é uma senhora de 67 anos, filha de Dona Dora, matriarca do quilombo, que tinha toda a tradição de confecção das louças. Além de louças, ela também borda em tecido, técnica apreendida com a mãe.
Quilombos da Paraíba – A mostra fotográfica conta, através das imagens e lentes dos alunos do projeto Fotógrafos de Rua, idealizado pelo italiano, radicado na Paraíba, Alberto Banal, a história, os costumes e as tradições do povo quilombola de nosso Estado. A exposição permanecerá no local até o dia 3 de junho, com apresentações artísticas do povo quilombola.
A exposição é composta por 166 imagens, sendo que 52 delas são de autoria dos alunos de três comunidades quilombolas: Matão (Guirinhém), Grilo (Riachão do Bacamarte) e Pedra D’água (Ingá), que participam do projeto Fotógrafos de Rua. A mostra é uma viagem da realidade atual de 38 comunidades quilombolas da Paraíba com o intuito de mostrar os inúmeros problemas que afetam sua sobrevivência, mas também a beleza e a riqueza social que constituem o seu patrimônio cultural.
“A mostra é também um grito de dor e denúncia para que a sociedade se conscientize da dívida histórica com estes descendentes de povos escravizados, que foram um dos pilares do desenvolvimento do Brasil. Este povo, ainda quase desconhecido e esquecido, é vivo e quer continuar a viver com dignidade”, disse o fotógrafo Alberto Banal.
Ele destacou que a mostra será muito importante para a valorização dos quilombolas, já que muitos nunca saíram da região onde moram com os pais. “As fotografias são ‘retratos’ que representam um olhar diferenciado, um olhar de quem está inserido no processo por fora. Graças à fotografia, os alunos desenvolveram um processo de autopercepção da identidade e a vontade de comunicar sua realidade”.
A mostra fotográfica será encerrada com a apresentação de grupos tradicionais quilombolas de ciranda, coco de roda, makulelê, capoeira e dança afro.
Alberto Banal – O fotógrafo nasceu em Trentino, na Itália. É formado em Letras e Filosofia pela Università Degli Studi de Milão e foi professor de Educação Musical. Trabalhou por 30 anos como diretor de marketing e diretor comercial da editora Multinacional de revistas especializadas na Itália. Foi fundador da Universidade da Terceira Idade (Uniter) e é autor dos livros ’28 Giorni’ (memórias) e ‘Nel Paese di Fruttilandia’ (fábula).
Como cantor e compositor, Alberto Banal gravou dois discos com músicas espirituais. Também produziu espetáculos teatrais e musicais e possui um precioso arquivo de memórias fotográficas. Reside em João Pessoa (PB) desde 2005, onde atua como documentarista, dando visibilidade à população negra das comunidades quilombolas da Paraíba.
Ele ainda é integrante da Associação de Apoio aos Assentamentos e Comunidades Afrodescendentes (Aacade), onde coordena o projeto Casas de Leitura. É autor do projeto Fotógrafos de Rua, em que ministra aulas de fotografia para adolescentes de comunidades carentes, e integra a ‘Casa dos Sonhos’, que trabalha com crianças e adolescentes na comunidade Santo Amaro, localizada no município de Santa Rita (PB).
Serviço:
Evento: Performance da louceira Dona Lourdes
Dia: Domingo (13)
Horários: 10h, 12h, 14h e 16h
Local: Segundo Pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano
Horários de visitação da exposição: Terça a sexta-feira, das 9h às 21h, e sábados e domingos, das 10h às 21h
Evento: Contação de história e estórias – Encontro com antigos quilombolas contando suas memórias e lendas
Dia: Domingo (20)
Horários: 10h, 14h e 16h
Informações: 3214.8303 – 3214.8270
www.quilombosdaparaiba.blogspot.com
CONTATO PARA A IMPRENSA:
Alberto Banal
Fone: 8809.6404
E-mail: banal.alberto@gmail.com
Lúcia França – Curadora e vice-diretora da Estação Cabo Branco
Fone: 8802.3255
E-mail: luciafranca1001@gmail.com
Rivaldo Dias – Chefe do Setor de Eventos
Fone: 8812-3999
E-mail: rivaldo.sax@gmail.com