Mostra Cidade Solidária JP promove o potencial do artesanato da Capital

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Está em cartaz no primeiro pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano, a mostra Cidade Solidária JP, uma reunião de trabalhos artesanais e habilidades manuais com o foco na economia solidária. A exposição fica aberta ao público até 14 de abril, de terça à sexta-feira, das 9h às 21h, e sábados, domingos e feriados, das 10h às 21h.

Implantada desde dezembro de 2011 e organizada pelas Secretarias de Desenvolvimento Social (Sedes) e de Políticas Públicas para as Mulheres (SPPM), a exposição cria espaços de comercialização para as artesãs por meio de feiras itinerantes em pontos turísticos e eventos culturais.

Os diversos painéis espalhados pelo pavimento reúnem artigos que não só valem uma apreciação, mas que também estão à venda. Incluem confecções, peças de cama, mesa e banho, bijuterias, reciclados, bolsas, calçados e uma variada gama de técnicas aplicadas a tecidos, como bordados, crochês e fuxicos com o charme regional.

Exemplos – Há dois anos, a mineira Branca Maria Mascarenhas começou a pesquisar na internet como reaproveitar materiais que normalmente vão parar no lixo, para montar arranjos decorativos de quarto. “Com papel de filtro de café, caixas de leite, bexigas (para moldar as formas) e miolo da folha de coqueiro consigo criar esses belos jarros”, diz Branca Maria, que para o acabamento usa cola, verniz e muita criatividade.

A criatividade, aliás, somada à persistência, foi a força salvadora de Zuleica Alves, recuperada há um ano de um câncer de mama. Sozinha, ela aprendeu a trabalhar com o fuxico e feltro para superar a dor da amputação do seio direito. Ela reproduz personagens infantis populares em tiaras, lápis, chaveiros e porta-celular. “É muito gratificante se reconhecer naquilo que a gente faz. Você se sente útil e valorizado”, afirma.

Ter um objeto feito de artesanato significa exclusividade – o que por si só vale o investimento. A inventividade do trabalho de Amadeu Silva está presente nas peças em latão e metal retorcido que fabrica – tudo reciclado, achado na rua ou comprado em depósitos. “Aproveito fios de cobre, bobinas, molas, correntes de carros, estribos, arames, rolamentos e até antenas parabólicas para criar meus personagens. Se eu retiro material do lixo para lhes dar uma utilidade, sou ou não um amigo da natureza?”, orgulha-se o ex-metalúrgico.

Em 2007, aos 36 anos, Amadeus acabou sofrendo um acidente de trabalho em Sertãozinho (SP), em que teve ossos da face quebrados e perda auditiva. Foi aposentado e voltou para João Pessoa. Hoje ele encontra alento – e fonte de renda adicional – nas esculturas de latinha que incorporam personagens da literatura, como Dom Quixote e Sancho Pança, por exemplo, além das famosas meninas de cachos de arame. “Faço os meus brinquedos desde pequeno e, quando jovem, presenteava as pessoas com canos moldados. Ser artesão, para mim, portanto é um ofício de sangue”, declara.
Serviço:
Mostra Cidade Solidária JP

Local: primeiro pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco
Em cartaz até 14 de abril
Informações: 3214-8270/8303
Contato: Lúcia França (8708-9445, 8802-3255)

Visitação gratuita

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Twitter: @estacaocb