Mostra ‘Sensibilidade à Flor da Pele’ aproxima a arte dos deficientes visuais

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A exposição coletiva de arte contemporânea “Sensibilidade à Flor da Pele”, em cartaz desde a última sexta-feira (24) no 1° andar da Torre Mirante da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano, é um convite à exploração dos sentidos na abordagem da obra de arte. Elas emitem cheiro, sons e comunicam por texturas muito além do limite da composição visual, transformando a mostra em uma experiência sinestésica para quem nasceu sem enxergar.

Sob a curadoria da artista plástica e vice-diretora da Casa, Lúcia França, “Sensibilidade à Flor da Pele”, conta com pinturas em alto relevo, esculturas, assemblages, desenhos, instalações e cerâmicas assinadas por 20 artistas. As obras podem ser manuseadas, e os deficientes visuais também podem deixar as suas impressões escritas em uma reglete munida com sistema em Braile. A mostra fica em cartaz em duas fases: na primeira, até 9 de junho, quando dá vez aos preparativos para a montagem da etapa regional da Olimpíada de Robótica. Depois volta em 20 de junho e segue até 14 de julho.

Obras – Uma das esculturas é “Apele, não a pele”, de Ilson Moraes, de cerâmica em acrílico. Sentada em pose semifetal, a estátua deixa entrever na nuca o seu segredo: uma portinhola que abre para um espelho adornado por jasmins. “Quis fazer com que o visitante se ativesse à beleza interior muito mais do que à máscara passageira da beleza física”, diz Ilson.

Mais à frente, “Nunca Morrer”, de Sérgio Brunet, contrapõe os bustos de um velho e um bebê, brincando com os sentidos da morte e da vida, diferentes temperaturas e texturas sob o áudio em off da poesia “In Extremes”, de Olavo Bilac. Já “O Cão e o Cantador”, de arame sobre acrílico em eucatex, traz toda a porção tridimensional em que o visitante pode apreciar um dos cenários mais comuns de feiras livres do interior: o cachorro recostado ao seu dono, que por sua vez, é amparado por sua viola.

O propósito sensorial atrai também por ser inclusivo, abrindo espaço para a acessibilidade de pessoas cegas ou portadoras de baixa visão. “É uma nova forma de apresentar uma exposição para um grupo que sempre se viu excluído das manifestações artísticas”, diz a produtora de eventos, Ana Carla Jaqueira, cujo trabalho de fim de curso em bacharel de Turismo na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) abordou a acessibilidade na Estação Cabo Branco. E para quem enxerga, que tal experimentar as sensações de sentir uma obra de arte de olhos vendados? É uma proposta que abre a mostra à visitação de todo o público.

Serviço:

Mostra “Sensibilidade à Flor da Pele”
Data: até 9 de junho. Depois, de 20 de junho até 14 de julho.
Local: 1° pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco
Informações: 3214-8303/8270
Contato: Lúcia França (9985-2725, 8708-9445)
www.joaopessoa.pb.gov.br/estacaocb
Twitter: @estacaocb