Novo projeto da Funjope homenageia o centenário do Rei do Baião

Por - em 748

O mais novo projeto da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), ‘Chama Forrozeira’, será lançado nesta sexta-feira (30), com um show no Ponto de Cem Réis a partir das 18h. O evento é realizado em parceria com o Fórum de Forró PB e a Associação Balaio Nordeste, em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Nessa primeira edição, o público vai assistir aos shows dos grupos Chameguinho do Forró e Ripa na Chulipa.

O projeto vai acontecer todas as semanas, no Ponto de Cem Réis, sempre a partir das 18h. Dentro da programação também está prevista a exibição do premiado vídeo documentário “Luiz Gonzaga – A Luz dos Sertões”, dirigido por Rose Maria. ‘Chama Forrozeira’ segue até 15 de junho. A exceção é a sexta-feira Santa (06 de abril), quando não haverá show, onde este retorna na semana seguinte, dia 13.

O organizador do Fórum de Forró PB, Edson Azevedo, que é um dos parceiros da Funjope nesse projeto, ressaltou que além das atrações contratadas, o evento também abrirá espaço para convidados. “No dia 13 de abril, por exemplo, farei meu show e o Fórum de Forró convidou o grupo Flor de Caruá para subir ao palco conosco”, disse.

Atrações – Chameguinho do Forró, que é uma das atrações da primeira noite do projeto, surgiu em 1992, formado por Wellington Inácio da Silva (acordeom e vocal), Carlos Antônio Martins (zabumba) e Ailton Vieira (triângulo e vocal). Este último foi substituído por Gilberto Félix de Lima. O trio já gravou sete CDs. Entre as participações em eventos nacionais importantes, destaca-se o Festival Gastronômico de Gramado (RS); São João de Campina Grande 2011; e São João de João Pessoa, em várias edições.

Atualmente, Chameguinho do Forró toca também em vários estabelecimentos da capital paraibana, como bares e restaurantes. No repertório, estão músicas que foram sucesso na voz de Luiz Gonzaga, Jorge de Altinho, Jackson do Pandeiro, Flávio José, Alcymar Monteiro e Trio Nordestino.

A outra atração desta sexta-feira é o Ripa na Chulipa. O compromisso da banda é dar continuidade ao estilo deixado pelos grandes nomes da música popular brasileira – o chamado forró de raiz. O grupo surgiu há oito anos, utilizando como instrumentos apenas a sanfona (Raul), triângulo (João Neto) e zabumba (João Macarrão). Depois de três anos de trabalho, o grupo resolveu acrescentar bateria (Ronaldo), baixo (Edmilson), guitarra (Índio) mais um vocal (Rosângela) e efeitos (Pelé).

Ripa na Chulipa já gravou três CDs, intitulados “Só Pra Quem Gosta de Forró” (2009), “Prá se Dançar” (2010) e “Dance Forró” (2011). Atualmente, seus músicos estão em estúdio para concluir o último álbum, que será lançado este ano e cujo nome ainda será escolhido. “Pretendemos, no ano que vem gravar um quinto CD, só de músicas autorais”, comentou João Neto sobre o próximo projeto. No repertório desta sexta-feira o público presente irá ouvir músicas como: “Danado de Bom” (Luiz Gonzaga e João Silva); “Saudade de Forró de Gonzagão”; “Se não Fosse o Forró”; “Baião de Três” (todas de Adilson Medeiros); e “Neném Mulher”, de Pinto do Acordeon, só para citar alguns exemplos.

Documentário – o vídeo documentário “Luiz Gonzaga – A Luz dos Sertões”, dirigido por Rose Maria, mostra imagens históricas da vida do Velho Lua. Entre os registros estão shows e participações em festivais. Há ainda depoimentos de grandes artistas como o seu filho Gonzaguinha, Patativa do Assaré, Dominguinhos, Elba Ramalho, Gilberto Gil, as irmãs Geni, Chiquinha Gonzaga e o irmão Zé Gonzaga. Essas pessoas narram fatos desconhecidos do grande público, com riqueza de detalhes. O primeiro zabumbeiro do artista, conhecido como Catamilho, e o artesão de couro, que confeccionava os seus gibãos, Zé do Mestre, estão presentes na obra.

Outro momento marcante do vídeo é o relato sobre o roubo da sanfona de Gonzagão, em 1963, que rendeu a música “Sanfona do Povo”.  A Missa do Vaqueiro, criada pelo Velho Lua, na cidade do Exu (PE), em 1971, e o seu último show, ocorrido em 06 de junho de 1989, no palco do Teatro Guararapes, no Recife (PE), também são destaques. Nesse último, há a participação de discípulos fiéis do Rei do Baião, como Alceu Valença, Marinês, Pinto do Acordeon, Gonzaguinha, Dominguinhos, Joquinha Gonzaga, Waldonys e Nando Cordel.