Núcleo de Artes da Estação Cabo Branco vence dois festivais de teatro

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O Núcleo de Artes Cênicas da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes conquistou dois prêmios em festivais realizados nas últimas semanas: o primeiro lugar na Mostra de Teatro, Escola e Diversidade do Sesc Paraíba para “Fragmentos de um Sol Quente”, e o título de “Melhor Espetáculo” na 31ª Semana Cultural José Lins do Rêgo para “Mistérios da Pedra Bonita”. Somados, os prêmios atingem R$ 2 mil, que serão revertidos na compra de materiais para as aulas, segundo Flávio Melo, diretor das peças.

“Fragmentos de um Sol Quente” é baseado no painel “No Reinado do Sol”, de Flávio Tavares, que está exposto na entrada do auditório da Estação. Conta a história da fundação de João Pessoa partindo do amor conturbado da potiguara Manaíra e do tabajara Tambaú. Daí em diante, uma sequência dos episódios mais conhecidos da história paraibana é encenada, como o Massacre de Tracunhaém, a independência da colônia, a expulsão dos holandeses e todo o itinerário que leva do passado (a esquerda do quadro) para os tempos atuais (à direita, onde se situa a cidade crescida arquitetonicamente, dos casarões às festas de rua).

Já para a Semana José Lins, Flávio Melo se inspirou numa das últimas obras do autor homenageado de Pilar, “Pedra Bonita” (1938), para adaptar um esquete com a ajuda dos 15 alunos desta turma atual. “Peguei os personagens-eixo da narrativa: Bentinho, os cangaceiros, os fanáticos, o beato e até o pensamento de Zé Lins, e incorporei nos atores”, explica Flávio.

“Pedra Bonita”, de José Lins do Rêgo – O romance conta a história do menino Antônio Bento, levado pela mãe para ser cuidado pelo tio, o padre Amâncio, na Vila do Açu, bem próxima à Pedra Bonita, por causa do avanço da seca. O padre tenta colocá-lo em um seminário, mas não consegue, e então Bentinho acaba tornando-se sacristão do padrinho. Bento era malvisto no povoado por ser “cria de padre”, e ao mesmo tempo, ter um irmão cangaceiro e fanático. Em Pedra Bonita, começa a se envolver diretamente com o cangaço por causa do irmão. Por fim, fica em dúvida entre os ensinamentos do tio e as dificuldades do povo, pobre e doente da seca.

Flávio Melo – formado em Educação Artística pela Faculdade Marcelo Tupynambá (SP), dirigiu os espetáculos “Valsa n° 6” (1991), “Ratos de Esgotos” (1992), “Prêt-à-Porter” (1998), “No Amanhecer da Noite” (2003), e em “As Meninas” (2009). Atuou em “Cinco Bulas sem Contraindicação” (1993), “Pequenos Burgueses” (1996), “Gol Anulado” (1997), “Prêt-à-Porter” (1998), “Fragmentos Troianos” (1999), “Achados e Perdidos” (2000), “No Amanhecer da Noite” (2003), “A Fantástica Peregrinação do Coronel atrás de um Rabo de Saia” (2008), “Paixão do Menino Deus” (2009), “Os Sete Mares de Antônio” (2010), “Divino Calvário” (2011), “Fragmentos de um Sol Quente” (2012) e “Mistérios da Pedra Bonita” (2013).

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