Oito mil pessoas lotam encerramento do I Festival de Música Clássica
Cerca de 8 mil pessoas lotaram o estacionamento da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes para assistir ao encerramento do I Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa, na noite deste sábado (7). O concerto teve a participação da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa, regida pelos maestros Laércio Diniz e Carlos Anísio em momentos diferentes, e do violonista Fábio Zanon e da cantora Lucy Alves como convidados solistas.
O festival, um sucesso arrebatador de público, foi uma promoção da Prefeitura da Capital (PMJP), por meio da sua Fundação Cultural (Funjope), com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Às 20h, a orquestra abriu a apresentação com a ópera Carmen, do francês George Bizet. Em seguida, o renomado violonista Fábio Zanon subiu ao palco para executar o Concerto de Aranjuez para violão e orquestra, do compositor espanhol Joaquín Rodrigo, obra que o levou a se apresentar na Filarmônica de Londres.
Para delírio do público, a seção destinada a homenagear os grandes compositores da Paraíba, a exemplo de Sivuca, Geraldo Vandré, Cátia de França e Jackson do Pandeiro, trouxe a cantora paraibana Lucy Alves como representante. Revelada aos 15 anos de idade, discípula declarada de Dominguinhos e cria da Orquestra Sinfônica Jovem, a artista alcançou projeção nacional ao passar por eliminatórias do programa The Voice Brasil, com um talento vocal e um trunfo multi-instrumentista sem equiparação entre os concorrentes (sabe tocar nove instrumentos, dos quais apenas dois, a sanfona e o bandolim, apresentou neste concerto).
Foi com Lucy que a orquestra, regida neste momento por Carlos Anísio, tocou Sivuca e Humberto Teixeira (Concerto Sinfônico para Asa Branca e Adeus Maria Fulô), Canhoto da Paraiba (Tua imagem), Cátia de França (Kukukaya), Rosil Cavalcanti e Jackson (Sebastiana) e Geraldo Vandré e Théo de Barros (Disparada), esta por duas vezes.
O momento final foi reservado às famosas valsas de Johann Strauss (com Vozes da primavera, Tritsch-Tratsch, e a Marcha Radetzky). A última obra, a vigorosa marcha The Stars and Stripes Forever, do maestro e compositor americano John Philip Sousa, marcou a saudação final dos músicos pela boa receptividade da cidade. “Tivemos salas cheias em todos os concertos, o que prova que a música clássica atinge todas as classes sociais indistintamente”, disse o maestro. “O calor do público tornou o nosso trabalho bem mais fácil”, concorda o fagotista australiano James Aylward.
O Festival – Em sete dias, mais de 20 instrumentistas de 12 nacionalidades diferentes emprestaram brilho e know-how erudito ao evento, em 22 concertos e 10 masterclasses públicas usando como cenário principal as centenárias igrejas históricas.
O público também pôde conhecer de perto a recém-criada Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa, instituição privilégio de poucas capitais. “É uma oportunidade única fazer parte do nascimento de uma orquestra sinfônica municipal, um verdadeiro presente para a sociedade. Somente os municípios mais importantes do Brasil e do mundo têm uma orquestra sinfônica própria. João Pessoa é uma das capitais brasileiras com maior tradição para a música clássica e uma orquestra sinfônica vem para catalisar esta tradição e transformá-la em realidade.”, afirma Diniz.