Orquestra de Câmara apresenta “Cinema & Ballet” neste sábado e domingo
A exibição de cenas antológicas do cinema paraibano e a performance de bailarinos do grupo Fazendo Arte vão ganhar trilhas sonoras interpretadas ao vivo por 40 músicos eruditos. Essa multilinguagem está no concerto “Cinema & Ballet” da Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa (OCJP), que acontece neste sábado (1º) e domingo (2). As duas sessões começam a partir das 20h e inauguram o fosso de orquestra da Sala de Concertos Radegundis Feitosa, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A realização é da Fundação Cultural de João Pessoa.
Na primeira parte do concerto, a OCCJP executará trilhas musicais originais de filmes paraibanos realizados de 1928 até 2005 e composições utilizadas pelos cineastas para darem sentido às suas narrativas. Ao mesmo tempo, cenas especialmente editadas para a ocasião serão exibidas na tela.
A compilação antológica da sétima arte local vai buscar o nascedouro do cinema paraibano, na obra “Sob o Céu Nordestino” (1928), de Walfredo Rodriguez, que não chegou a ser sonorizada. O filme – atualmente incompleto, pois parte se perdeu – ganhou trilha só 81 anos após sua realização. A música, intitulada “Caça a Baleia”, foi composta pelo maestro Carlos Anísio, em 2009.
As cenas d o concerto da Orquestra de Câmara também estão relacionadas a filmes que fizeram parte do Ciclo do Documentário Paraibano, na década de 60. O precursor “Aruanda” (1960), de Linduarte Noronha, que destacou canções do folclore paraibano como “Ó, Mana, Deixa eu ir”, está na programação. Com relação a esse mesmo período, outro destaque é “Romeiros da Guia” (1962), de João Ramiro e Vladimir Carvalho, que ganhou a maestria do amazonense, radicado na Paraíba, Pedro Santos. Aliás, o mesmo compositor emprestou seu talento a várias outras obras, a exemplo de “Valsa”, que faz parte da narrativa musical de “Menino de Engenho (1965)”, de Walter Lima Jr.
Em “Cinema & Ballet”, a compilação da Orquestra de Câmara vai mais além, revisitando realizadores como Umbelino Brasil, Romero Azevêdo, Machado Bitencourt, Alex Santos, Manfredo Caldas, Marcus Vilar, Torquato Joel, Didier Guigue, Durval Leal, Carlos Dowling, Bertrand Lira, João de Lima, Taciano Valério e Bruno de Sales. Entre os compositores executados estão ainda os eruditos e populares, como Antônio Madureira, Marcus Vinícius, Zabé da Loca, Cyran Costa, Alexandro Maia, Eli-Eri Moura, Paulino de Oliveira, Léo Noronha, Bruno César, Giancarlos Galdino, Rodrigo Nunes e Zackarias Nepomuceno. A regência é do maestro Carlos Anísio.
Ballet Chopiniana – A segunda parte do concerto será dedicada ao balé “Chopiniana”, com a participação do grupo Fazendo Arte Teatro & Dança, que tem a direção de Canízio Vitório. O famoso balé tem orquestrações de Alexander Glazunov, nas peças para piano de Frédéric Chopin.
O grupo Fazendo Arte foi fundado em 1996, pela bailarina e coreógrafa argentina Rosa Cagliani. Ele propõe a formação de um artista completo, que desenvolva habilidades em diversas áreas. A performance “Chopiniana” conta com um elenco heterogêneo, formado por bailarinas entre 15 e 50 anos, nas categorias intermediário, adiantado e profissional. Com uma estética atualizada para tratar do universo feminino, a releitura utiliza técnicas clássicas, modernas e contemporâneas da dança.
Inauguração de um espaço para espetáculos mais complexos – O fosso da orquestra da Sala de Concertos Radegundis Feitosa, inaugurado com o concerto, permite a realização de espetáculos de música e dança mais complexos, como balés, óperas, oratórios, cantatas e musicais. A apresentação deste final de semana conta com o apoio da Laboratório de Música Aplicada do Centro de Comunicação, Turismo e Artes da Universidade Federal da Paraíba.