Mulheres de movimentos sociais participam de oficina de percussão

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A oficina de percussão para mulheres com o Grupo Tambores de Safo (CE) reuniu 25 mulheres integrantes de movimentos sociais na noite de quarta-feira (9), na Casa de Musicultura, no Varadouro. A atividade foi promovida pela Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres, com o apoio da Secretaria Estadual da Mulher e da Diversidade Humana, e fez parte da programação do Novembro Negro, evento alusivo a 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.

O Grupo Tambores de Safo também se apresentará nesta quinta-feira (10), às 22h, na Feirinha de Tambaú, encerrando a abertura da II Conferência Estadual de Políticas Públicas e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais da Paraíba.

Segundo Lila Bezerra, integrante do Grupo Tambores de Safo, o objetivo do trabalho de percussão que é desenvolvido por elas é fortalecer os movimentos de mulheres a partir da musicalidade e da expressão corporal, principalmente aqueles ligados às mulheres lésbicas. “Nós que somos mulheres lésbicas também sofremos discriminação até mesmo dentro dos espaços dos movimentos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Trangêneros (LGBT)”, afirmou.

Lila disse que as mulheres lésbicas sofrem opressões por suas orientações sexuais e que o Grupo Tambores de Safo surgiu exatamente a partir dessa percepção. “É através de nossa música e de nosso batuque que transmitimos a nossa indignação e, ao mesmo tempo, a nossa satisfação em lutar por uma causa a favor da não discriminação contra as mulheres”, complementou.

De acordo com Liana Marley, que também é integrante do grupo, o nome Tambores de Safo representa a história do Safismo – homossexualidade feminina – quando as mulheres lésbicas eram vistas como doentes e recriminadas por isso. A partir desta etimologia surgiu a ideia de integrar o Safismo ao Safo, nome da poetisa grega cujos versos tinham como tema principal o amor entre mulheres, além de suas próprias paixões homossexuais.

A oficina foi desenvolvida com ritmos afros nordestinos e com a utilização de vários instrumentos, como alfaias, gonguês, caixas, ganzás, tambores, entre outros.