Peça ‘Cantata Bruta’ homenageia multiartista paraibano W. J Solha

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Solistas, declamadores, sons eletrônicos, coro e a Orquestra de Câmara da Cidade de João Pessoa (OCCJP), juntos, formam a peça erudita “Cantata Bruta”, que será executada neste sábado (29) e domingo (30), no Cine Banguê do Espaço Cultural, a partir das 20h. O concerto tem como espinha dorsal o texto do multiartista W. J Solha, que está sendo homenageado pelos seus 70 anos de idade. A regência será do maestro Eli-Eri Moura. O evento é produzido pelas fundações Cultural de João Pessoa (Funjope) e Espaço Cultural (Funesc), com apoio da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

O regente e consultor de música da Funjope, Eli-Eri Moura, ressaltou que a peça é resultado da união de seis compositores, com diferentes estéticas. “O objetivo maior foi abordar o sentimento de desconforto gerado pelas múltiplas facetas da violência. Essa multiplicidade fez brotar uma obra com profundo caráter humano, cuja expressão se deu a partir da interação de diferentes forças dramáticas como a orquestra, narradores, solistas e sons eletrônicos”, comentou.

 

O concerto se utiliza não somente de vozes e instrumentos, mas também de sons eletrônicos, manipulados em computador. A peça coletiva foi escrita pelos compositores Didier Guigue, Eli-Eri Moura, J. Orlando Alves, Marcílio Onofre, Valério Fiel e Wilson Guerreiro. Durante a execução, é abordado o tema da violenta vida contemporânea, a partir de uma seleção de histórias integrantes d’A Gigantesca Morgue. A obra é uma série de 126 minicontos que fazem parte do livro História Universal da Angústia (Bertrand Brasil, 2005), de W. J. Solha.

Exposição – Nos dois dias também haverá, no Espaço Cultural, mostra de pinturas e debate literário relacionados à obra do homenageado. No sábado, às 19h, por exemplo, terá a abertura da exposição “Waldemar José Solha: O Tempo Não Para”, no hall do Cine Banguê. A curadoria é de Maurise Quaresma e Sidney Azevedo e os restauradores responsáveis são Fernando Diniz e Dulce Enriques.

A programação do domingo conta ainda com um bate-papo literário com W.J Solha, por volta das 18h, na Sala Verde do Espaço Cultural. Os debatedores serão Archidy Picado Filho, Astier Basílio e Walter Galvão.

 

Multiartista – O escritor, ator e artista plástico W. J. Solha nasceu em Sorocaba (SP) e é radicado na Paraíba desde 1962. Entre os romances que escreveu estão os premiados “Israel Rêmora” (Prêmio Fernando Chinaglia 1974), “A Canga” (2º prêmio Caixa Econômica de Goiás, 1975) e “A Batalha de Oliveiros” (Prêmio INL 1988).

Também é autor do poema longo “Trigal com Corvos”, publicado pela Palimage, de Portugal, em 2004, que recebeu o Prêmio João Cabral de Melo Neto 2005 como melhor livro de poesia do ano anterior, e “História Universal da Angústia”, Prêmio Graciliano Ramos 2006 e finalista do Prêmio Jabuti 2006.

W. J. Solha tem passagens também pelo teatro. Escreveu e montou “A Batalha de OL contra o Gígante Ferr” e “A Verdadeira História de Jesus”. Para teatro, escreveu também “Os Gracos”, “A Bagaceira”, “Papa-Rabo”, “Burgueses ou Meliantes” e “A Batalha de Oliveiros contra o Gigante Ferrabrás”.

Trabalhou como ator nos filmes “O Salário da Morte”, dirigido por Linduarte Noronha; “Fogo Morto”, dirigido por Marcus Farias; “Soledade”, dirigido por Paulo Thiago; “A Canga”, com direção de Marcus Vilar, e “Lua Cambará”, dirigida por Rosemberg Cariry. É autor dos painéis “Homenagem a Shakespeare”, em exposição permanente no auditório da reitoria da UFPB, e “A Ceia”, no Sindicato dos Bancários da Paraíba.