PMJP interdita trânsito próximo à barreira e inicia plano para conter desmoronamentos
A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) deu início nesta semana ao trabalho de interdição do tráfego de veículos sobre a Barreira do Cabo Branco, no trecho próximo ao mirante. A ação emergencial integra um projeto mais amplo, que prevê intervenções nas áreas continental e marinhas para amenizar os riscos de desmoronamentos na falésia, considerada o ponto mais Oriental das Américas.
O trabalho de interdição, iniciado nesta terça-feira (4), inclui no primeiro momento o sentido bairro-Centro da via, que fica entre a rotatória da Estação Cabo Branco e a parte superior da ladeira que dá acesso à Praça de Iemanjá. Numa etapa posterior, o tráfego na outra faixa também será interditado e o trânsito no local será feito apenas através das ruas Zita Maria Carneiro Cabral e Luzinete Formiga de Luna. Esta última ligando à rotatória da Estação Cabo Branco.
A interdição do tráfego de veículos na área era prevista de forma emergencial pela Prefeitura de João Pessoa, mas foi antecipada depois do desmoronamento de uma faixa de terra próxima à pista, oferecendo risco para os motoristas. Um decreto de situação de emergência, editado há dois meses, já apontava a necessidade de uma intervenção na área. As vias alternativas serão asfaltadas, sinalizadas e receberão melhorias na iluminação.
De acordo com o secretário de Planejamento de João Pessoa, Rômulo Polari, o plano como um todo prevê um replanejamento viário para a área, a reestruturação da drenagem, a proteção contra agressões marítimas e o planejamento urbanístico nas imediações da falésia. Tudo isso compõe, ele reforça, o projeto de “renaturalização da falésia do Cabo Branco”. Os estudos para a composição do projeto executivo estão em fase de conclusão.
A interdição do trânsito de veículos na parte superior da Barreira é uma das recomendações dos estudos encomendados pela Prefeitura de João Pessoa. O tráfego na área existe desde a década de 1970 e, desde então, contribui para a deterioração da falésia. Os desmoronamentos mais recentes, segundo a análise da empresa contratada, são causados mais pela trepidação decorrente do trânsito de veículos que de fatores advindos da força das marés.
O projeto em fase de conclusão prevê, entre outras coisas, a recomposição de barreiras entre os corais, no mar, para evitar que as correntes marinhas, principalmente em período de ressaca, acelerem a degradação da falésia. O trabalho inclui ainda intervenções para garantir maior eficiência na drenagem na parte superior da barreira.
As discussões em torno de propostas para a contenção da erosão na Barreira do Cabo Branco existem há mais de 14 anos, porém, sem um projeto executivo para o início das obras. Um licenciamento chegou a ser concedido pela Superintendência de Desenvolvimento do Meio Ambiente (Sudema), em 2012, mas com 19 condicionantes. Entre elas, a exigência da composição de um projeto executivo.