PMJP realiza dia de campo com agricultores do Cinturão Verde

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A Secretaria do Trabalho Produção e Renda, da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), realizou um dia de campo com os produtores rurais do Cinturão Verde, nesta quarta-feira (13), para capacitá-los na produção de frutas e hortaliças agroecológicas. De acordo com o diretor de Agricultura Familiar, Valdemir Joaquim Souza, em torno de 30% dos agricultores da região já adotam as práticas agroecológicas, mas o objetivo é incentivar todos à produção de alimentos mais saudáveis e que custam até 30% mais que os submetidos ao uso de agrotóxicos.

“A Secretaria do Trabalho vem auxiliando os agricultores e criadores de animais, nos últimos anos, no que se refere às práticas sustentáveis, crédito por meio do Empreender-JP, e intermediação de comercialização de seus produtos”, frisou o diretor de agricultura familiar. “Se todos os agricultores adotarem uma produção agroecológica, todos saem ganhando, seja o produtor, que vai vender um alimento saudável e com maior valor agregado, e o consumidor, que não vai ingerir alimento que prejudica sua saúde”, reforçou.

O agricultor Manoel dos Santos já é adepto das práticas agroecológicas há alguns anos. “A Prefeitura nos capacitou quanto a isso em 2005 e desde então toda minha plantação de feijão, macaxeira e todas as hortaliças estão livres de agrotóxicos”, afirmou.

Conforme o produtor, este diferencial é útil na comercialização dos produtos. “Esta produção agroecológica é vendida na feira da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e no mercado do Valentina. Além disso, realizamos vendas para a Câmara de Dirigentes Lojistas de João Pessoa. Tudo com o apoio da Prefeitura da Capital”, disse Manoel dos Santos.

Capacitação – A capacitação ocorreu na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, na comunidade de Ponta de Gramame, próximo ao Sesc Gravatá, e contou com a participação de mais de 50 agricultores da região, incluídos no Cinturão Verde. A palestra foi ministrada pelo consultor e engenheiro agrônomo Antônio Almeida.

Ele ressaltou a importância do fim do uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos. “Precisamos que toda a produção esteja em uma zona de transição, ou seja, uma produção agroecológica, que está entre os alimentos com agrotóxicos e os orgânicos”, disse o consultor e engenheiro agrônomo Antônio Almeida.

Segundo o engenheiro agrônomo, mesmo que não haja uso de agrotóxicos em uma plantação, ela só é considerada orgânica se a água não estiver em região próxima a um solo contaminado. “Se um produtor realiza todas as práticas ambientais, mas próximo a ele alguém usa agrotóxicos, não podemos considerar esta produção orgânica. Ela é agroecológica. Mas ao longo de cinco a sete anos, sendo eliminados todos os resíduos químicos, na água e no solo, poderemos dizer que aqueles alimentos são orgânicos”, explicou.

Biofertilizantes e estufas – Na palestra, Antônio Almeida também falou sobre a produção de biofertilizantes e de estufas. “Estamos passando aos agricultores práticas sustentáveis no sentido ambiental e financeiro. Ele pode aprender a fazer um biofertilizante, em vez de pagar R$ 60 ou R$ 70 pelo litro do produto. O mesmo acontece com a estufa. Ele pode evitar gastar R$ 120 no metro quadrado da estufa, desembolsando R$ 7 com uma produção própria”.

O casal de agricultores Lidiane da Silva e Josinaldo Brito se interessou pelo assunto e pretende adotar as práticas em sua plantação de grãos e raízes. “Eu acho muito importante este apoio que recebemos da Secretaria do Trabalho, tanto na capacitação, quanto na oferta de crédito do Empreender-JP”, afirmou Lidiane da Silva, que já fez curso de meliponicultura.

As palestras também serão realizadas em outras comunidades, como Mumbaba, Jacarapé, Cuiá, Engenho Velho e Paratibe. Posteriormente, cursos específicos serão realizados com os agricultores. Além da produção agroecológica de frutas e hortaliças, haverá capacitações sobre bovinocultura, avicultura, suinocultura e meliponicultura.