PMJP vai defender criação de ‘Disk-racismo’ durante audiência em CPI da Câmara

Por Arthur Araújo - em 324

Arthur Araújo

A criação de um disk-denúncia para os casos de racismo e a de um observatório da violência contra a população negra. Estas serão as pautas defendidas pela Coordenadoria Municipal de Política de Promoção de Igualdade Racial de João Pessoa, em sua representação na audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Federal, que investiga a violência contra jovens negros e pobres no país. A audiência está marcada para sexta-feira (3), no auditório da Fecomércio, na Capital.

De acordo com Nivaldo Pires, coordenador municipal de Política de Promoção de Igualdade Racial de João Pessoa, as propostas são essenciais para combater o racismo e devem ser uma preocupação de todas as instancias envolvidas. “Precisamos construir caminhos e estratégias para combater o extermínio de negros. E quando falamos em extermínio não nos referimos apenas à morte, mas à violência doméstica, psicológica, à pobreza, ao desemprego”, declarou.

Nivaldo Pires ainda destacou algumas ações que estão sendo colocadas em prática pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) para combater o racismo. De acordo com ele, a gestão tem desenvolvido um trabalho de conscientização e educação tanto em âmbito interno, voltado para os servidores municipais, quanto com a população.

“O trabalho institucional é muito importante pelo fato de os servidores lidarem diretamente com o público, principalmente nos serviços de educação e saúde. Para isso é preciso estar preparado para conviver com a diversidade”, afirmou.

No que se refere ao trabalho externo, a ideia e se unir a associações de moradores, igrejas e à sociedade civil organizada para fazer um trabalho educativo. “Queremos convidar a sociedade para refletir sobre o que causa este estado de violência e quais meios podem ser utilizados para mudar isso em sua essência. Queremos que a resposta parta da totalidade”, declarou.

A CPI – A Comissão Parlamentar de Inquérito foi instalada no dia 26 de março com o objetivo de apurar as causas, razões, consequências, custos sociais e econômicos da violência, morte e desaparecimento de jovens negros e pobres no Brasil.

Atualmente, o grupo tem percorrido todos os estados brasileiros para a realização de audiências públicas que pretendem levantar diagnósticos, informações, oitivas e diligências pertinentes ao trabalho da Comissão nos Estados.

Na Paraíba, a audiência acontece nesta sexta-feira (3), a partir das 14h, no auditório da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Paraíba (Fecomércio – PB). A programação ainda conta com uma diligência à comunidade Marco Moura, no Bairro do Tibiri II, município de Santa Rita, para depoimentos familiares de vítimas da violência e representantes de movimentos sociais.