Ponto de Cultura transmite valores hip hop e técnicas circenses a jovens da Zona Sul

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pontodecultura_cic2 (1)João Pessoa é a cidade brasileira contemplada com a maior quantidade de Pontos de Cultura, de acordo com um levantamento do Ministério da Cultura (MinC). Com 20 unidades em funcionamento na Capital, o Centro Interativo de Circo (CIC), no bairro dos Bancários, é um dos mais recentes inaugurados pela Fundação Cultural ( Funjope) da Prefeitura Municipal de João Pessoa, (PMJP) e já mobiliza 120 jovens da vizinhança e de comunidades próximas, como Geisel, Grotão, Mangabeira e Cidade Verde.

Lá, os jovens participam de oficinas da cultura hip hop (com as vertentes DJ, grafite, break e Mc), de inclusão digital e de edição de som e vídeo, onde a garotada produz letras de raps, e pode acompanhar o processo de pós-produção fonográfica.

“Trabalhamos com os jovens ajudando-os na elaboração dos versos, nos ensaios e nas gravações – mas sem esquecer que todo rap leva sempre a assinatura do seu autor”, ensina o McDumatu, um dos arte-educadores.“O CIC, junto com o break, me ajudou a desviar dos rumos errados e a me tornar um multiplicador para outros tantos jovens daqui”, exalta Wallisson Dantas, B-boyrecém-formado do Bairro das Indústrias.

Foi graças ao projeto que sete deles viram nascer o primeiro CD produzido lá mesmo e distribuído em mil cópias na ocasião da inauguração, o “Sementes do R.A.P”, que teve direção do MC Gerard, codinome de Geraldo Miranda, coordenador do Centro.pontodecultura_cic2

Dono de uma experiência de 20 anos como arte-educador, ele atribui o sucesso da iniciativa a uma sintonia afinada com a comunidade, traduzida em oito horas diárias de dedicação: “Aqui é uma segunda casa para esta criançada, em que pais e mães confiam seus filhos depois da escola. Uma responsabilidade muito grande”, diz.

Outras atividades –Além do hip hop e das aulas de informática, os jovens também ocupam o tempo com aulas de circo ministradas pela professora Isla Fernandes (com clavas,malabares, aros, monociclo, pernas de pau e cama elástica), oficinas de fanzine e de artesanato, e até na montagem de uma cozinha “alternativa”, que trabalha hábitos alimentares mais saudáveis.

Pontos de Cultura – Criados em novembro passado, os pontos funcionam como instrumento de pulsão e articulação de ações já existentes nas comunidades, cuja parceria com o Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura (MinC), firma um elo mais sólido.

O repasse soma R$ 3,6 milhões, num acordo em que o Ministério da Cultura (MinC) se responsabiliza pelo pagamento de R$ 2,4 milhões e a Prefeitura, por R$ 1,2 milhão. As 20 instituições recebem R$ 60 mil dos programas Mais Cultura e Cultura Viva, ligados ao MinC, somando R$ 3,6 milhões ao longo dos três anos em que a parceria é válida.

Entre as selecionadas, estão projetos como os que promovem a cultura afrobrasileira entre crianças, caso da Casa de Cultura Planalto Boa Esperança, e as que atendem com atividades como contação de histórias, brincadeiras, apoio pedagógico e profissionalização em culinária e corte e costura, a exemplo da Associação Social Evangélica Sarah Kalley, que atua nas comunidades do Cristo Redentor.

ponto de culturamc DumatuOutro exemplo é da Associação Cultural Balaio Nordeste, responsável pela Escola de Música Mestre Dominguinhos, que forma instrumentistas especializados em acordeon. “Os pontos representam uma ação descentralizadora da cultura prezada pela gestão municipal. É a primeira vez que um programa deste porte é implementado na Capital”, informa o diretor-executivo da Funjope, Maurício Burity.