Portadores da Folia levam animação e cidadania para a Orla da Capital

As orlas de Cabo Branco e Tambaú foram tomadas, no final da tarde desta terça-feira (10) por foliões especiais. Formado por pessoas com alguma deficiência, o bloco Portadores da Folia levou para a avenida muita música e animação, além de um grande exemplo de cidadania. A festa, que conta com o apoio da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), contou com a presença do prefeito em exercício, Nonato Bandeira.

“O bloco é um grande momento de inclusão, onde pessoas que possuem alguma deficiência podem estar junto de amigos e familiares vivenciando esse período de alegria que é o carnaval”, destacou Nonato. “Apoiamos essa iniciativa porque sabemos como é importante que os portadores de deficiência tenham suas necessidades vistas e atendidas para que possam ter uma vida normal”, complementou.

A criação do bloco foi uma iniciativa de funcionários da Fundação de Apoio ao Deficiente (Funad), que teve sua primeira edição há 22 anos. “Foi uma ideia que começou pequena, mas que cresceu a cada ano”, destacou a presidente da Fundação, Simone Jordão. “É importante incluir as pessoas com deficiência no calendário cultural da cidade para acabar com esse processo histórico de exclusão”, destacou.

Alegria e disposição – Para quem curtia o bloco, o que interessava era se divertir e aproveitar o carnaval. Era o caso da cadeirante Daniela Santos, de 27 anos. “Pedi a minha família para me acompanhar porque gosto muito do bloco. É um momento onde eu me sinto bem, onde posso me divertir a vontade com meus amigos. E todo mundo gosta de carnaval”, declarou.

Carlos Araújo, de 32 anos, que também é cadeirante, não mostrou sinais de cansaço ao final do percurso. “Só temos uma festa assim uma vez por ano, então temos que aproveitar bastante. Não tem espaço para desânimo. É só alegria”, afirmou.

O percurso dos Portadores da Folia foi iniciado na Avenida Cabo Branco (na altura do cruzamento com a Avenida Monsenhor Odilon Coutinho) e terminou no Largo das Gameleiras, na Avenida Almirante Tamandaré, orla de Tambaú.

Entre as entidades que aderiram ao projeto e hoje compõem o bloco estão a Associação de Deficientes e Familiares (Asdef), Instituto Helena Holanda, Instituto Pestalozzi e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), seccionais João Pessoa e Santa Rita.

De acordo com a coordenadora de Inclusão e Cidadania da Asdef, Doraci Vieira, o desfile do bloco é uma oportunidade em que os portadores de deficiência se sentem reconhecidos. “Esse é um momento deles, em que eles vão para as ruas brincar uma tradição que é de todos, mas fazendo isso do jeito deles, com respeito aos seus limites. É um trabalho de cidadania”.