Prefeitura dará nome de Raimundo Nonato Batista a escola municipal
Uma escola que está sendo construída no bairro de Tambauzinho pela Prefeitura de João Pessoa (PMJP) vai ganhar o nome do jornalista e teatrólogo Raimundo Nonato Batista. A unidade fica localizada na rua Maria Caetano Fernandes Lima, próxima à avenida Beira Rio. Aproximadamente 400 alunos serão beneficiados com uma estrutura que abrigará dois pavimentos de salas de aula e uma quadra coberta.
A homenagem que o Governo Municipal fará a Nonato Batista traduz a importância que ele teve para a cultura da Paraíba, onde trabalhou muito por políticas públicas de incentivo à arte. O jornalista, nascido a 19 de julho de 1930 em Catolé do Rocha, na Paraíba, faleceu em 8 de agosto de 2005.
O educandário A Escola Municipal Raimundo Nonato Batista terá uma área construída de 2.244,45 metros quadrados, contemplando as circulações verticais e horizontais nos dois pavimentos. No pavimento térreo do edifício haverá um terraço de entrada, auditório, biblioteca, arquivo, secretaria, coordenação pedagógica, sala de professores, diretoria, almoxarifado, cozinha (dispensa e área de serviço), refeitório, pátio coberto, conjunto sanitário e depósito. Já o pavimento superior vai abrigar dez salas de aula, apoio pedagógico, laboratórios de artes, ciências e conjunto sanitário.
A quadra coberta vai abranger uma área construída de 675,90 metros quadrados. Nela estará disponibilizado conjunto sanitário com vestiários masculino e feminino, depósito para material esportivo, arquibancadas dispostas longitudinalmente com capacidade para 180 espectadores sentados. O telhado em aço galvanizado (trapezoidal) estará apoiado em vigas metálicas treliçadas, estruturadas sobre pilares de concreto armado aparente.
De acordo com informações da Secretaria de Planejamento (Seplan), na obra está previsto um conjunto de lazer completo. Uma praça com anfiteatro, caixa de areia com parque infantil e um traçado inovador para caminhadas. Além dessa composição, foram posicionados, junto à quadra poliesportiva, uma quadra de areia com alambrado e um tabuleiro de xadrez humano. Todo este complexo de lazer poderá ser utilizado não só pelos estudantes, bem como por toda a população circunvizinha.
Trajetória Raimundo Nonato Batista era bacharel em Direito pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), curso que concluiu em 1981. Também atuou como jornalista e junto com o advogado Chico Evangelista fundou o jornal A Tribuna, um semanário com linha editorial independente e que contou com a adesão de jornalistas de renome da Paraíba.
A primeira experiência com o teatro foi na década de 40 nas peças Os transviados (de Amaral Gurgel) e A pupila dos meus olhos, de Viriato Correia, ambas sob a direção de João Ramalho, tio do cantor e compositor Zé Ramalho.
Em 1952, levado por Arlindo Delgado, se associou ao Teatro do Estudante da Paraíba e participou como ator de outras obras teatrais, como Se o Guilherme fosse vivo, de A. Torrado; Fim de jornada, de Sheriff; O auto de João da Cruz, de Ariano Suassuna, dentre outras. Além disso, dirigiu o espetáculo Cantam as harpas do Sião, de Ariano Suassuna, e foi produtor e assistente de produção de A Casa de Bernarda Alba, de Garcia Lorca.
Nonato Batista também exerceu cargos importantes durante os governos de Tarcísio Burity e Wilson Braga. Instalou a Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), sendo seu primeiro diretor-executivo. Ajudou a criar e implantou a Lei Viva Cultura, que para ele foi o melhor instrumento de apoio à produção cultural instituído em João Pessoa.
Em 1998, recebeu o título de Homem de Cultura, outorgado pelo Conselho de Cultura do Estado da época. A Assembléia Legislativa do Estado concedeu a ele a medalha Ednaldo do Egypto por relevantes serviços prestados ao teatro paraibano.