Programa vai selecionar doulas que acompanharão mulheres grávidas em suas próprias comunidades

Por Eliane Cristina e Thibério Rodrigues - em 1851

Em sua quinta edição o Programa Doulas Voluntárias, implantado e mantido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), vai passar por melhorias no processo de formação das doulas. As propostas foram apresentadas nesta terça-feira (25) pela equipe técnica da Secretaria de Políticas Públicas Para as Mulheres de João Pessoa (SEPPM) para os representantes dos distritos sanitários da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Com as modificações, as doulas passarão a ser selecionadas por distrito sanitário, ou seja, as mulheres interessadas em participar do Programa vão se inscrever no distrito no qual sua residência está inserida. O objetivo é facilitar o processo de humanização da assistência ao trabalho de pré-parto, parto e puerpério imediato, inserindo a doula como pessoa habilitada a trazer informações e apoio, funcionando como um elo entre a equipe de atendimento, a comunidade e o ambiente hospitalar.

As inscrições para a formação de doulas acontecerão no período de 29 de maio até 06 de junho. Os apoiadores das equipes de Saúde da Família divulgarão o calendário de inscrições nas comunidades e as interessadas devem procurar o distrito sanitário ao qual o bairro onde reside está inserido. Ao todo, serão ofertadas 50 vagas para formação de doulas, 10 para cada distrito sanitário.

Para a coordenadora da área técnica de Saúde da Mulher da SMS, Amanda Romera, a mudança no processo de formação vai ampliar o acesso das gestantes ao atendimento das doulas. “Enquanto elas não são selecionadas de acordo com a localidade em que reside, não há garantia que essa informação será repassada paras as gestantes dentro da comunidade. Dessa forma, as doulas estarão articuladas com as unidades de saúde e grupos de gestantes para fazer os atendimentos desde o pré-natal”, disse.

A seleção e entrevistas com as interessadas em participar do Programa Doulas acontecerão no mês de junho, sob a responsabilidade da Secretaria de Mulheres. Durante os meses de julho e agosto, as selecionadas passarão por um curso de formação de 60 horas e aulas práticas em ambiente hospitalar para estarem devidamente habilitadas ao acompanhamento das gestantes.

De acordo com Elisabeth Alves, coordenadora de Saúde, Diretos Sexuais e Reprodutivos da Secretaria de Mulheres, a doula tem um papel específico que não deve ser confundido com nenhum dos outros profissionais de saúde, uma vez que ela não é treinada para fazer nenhuma intervenção técnica. “Sua função é de suprir o bem estar físico e emocional da mulher. Ela deve ser capaz de perceber as reais necessidades de cada uma e sua atuação deve ser de acordo com as necessidades pessoais de cada gestante atendida, visando o maior bem estar e relaxamento da mesma”, afirmou.

Pesquisas apontam que as principais vantagens da atuação da doula no parto são: diminuição em 50% das taxas de cesária; diminuição em 20% da duração do trabalho de parto; diminuição em 60% dos pedidos de anestesia; diminuição em 40% do uso de ocitocina e diminuição em até 40% do uso de fórceps.