Projeto social leva música clássica para Ponto de Cem Réis nesta segunda-feira

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Acao_Social_Pela_Musica_Foto_Rafael_Queiroz (1)Será a primeira apresentação extra-sala. Cinquenta e dois dos 84 alunos atendidos pelo projeto Ação Social pela Música do Brasil (ASMB), do Alto do Mateus, farão um concerto aberto no Ponto de Cem Réis, às 14h30, dentro da programação do ‘Dia de Brincar e Ser Feliz’, organizado pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), no feriado da próxima segunda-feira (12).

As comemorações do Dia da Criança começam às 13h, com brinquedos gratuitos, tendas de serviços, shows de palhaços, espetáculos infantis e oficinas de arte-educação. A presença da Orquestra da ASMB dará um toque clássico – e ao mesmo tempo, lúdico, com canções populares de roda, ciranda e de ninar – à programação. “Os meninos passaram um mês ensaiando intensivamente o programa e estão confiantes. Música é uma arte baseada no tripé sentir, pensar e, por fim, agir. Tudo isso eles estão dominando bem”, elogia o regente, Hector Rossi.

O núcleo nasceu em agosto de uma parceria entre o governo municipal, por meio da sua Fundação Cultural (Funjope), com patrocínio da Petrobras. Beneficia os jovens de baixa renda com aulas de instrumentos de corda (violino, viola, violoncelo e contrabaixo), num sistema de jornada complementar à escolar, inspirado no consagrado modelo venezuelano El Sistema, que já formou mais de 300 mil instrumentistas ao redor do mundo. João Pessoa é o décimo núcleo do projeto no País.

Aprendizado além da música – Além das aulas, realizadas de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h, os aprendizes assistem a Acao_Social_Pela_Musica_Foto_Rafael_Queiroz (2)aulas de reforço de português e matemática e recebem lanches e cestas básicas mensais, tudo condicionado à frequência escolar mínima de 90%. O projeto é homologado pela Organização das Nações Unidas, por meio da Unicef.

O foco da ASMB é implantar futuramente mais núcleos de ensino em música pela cidade, com a construção de centros localizados nas áreas mais carentes e desassistidas de cultura. “É um projeto fundamental para a formação cidadã e estímulo à autoestima desses jovens, na medida em que lhes apresenta a música numa idade ideal ao aprendizado”, ressalta o diretor-executivo da Funjope, Maurício Burity.

A entidade coordena atualmente nove outros núcleos no Sudeste e Norte: cinco só na capital carioca (nos morros do Chapéu Mangueira, Dona Marta, Complexo do Alemão, Macacos e Cidade de Deus, englobando 19 comunidades pacificadas), mais Petrópolis e Piraí (RJ), e Ji-Paraná (RO).

História – A Ação Social pela Música do Brasil nasceu há 21 anos, fruto da ideia do maestro David Machado, que morreu aos 57 anos, vítima de complicações de uma cirurgia cardíaca. Em 1994, inspirado no programa de formação musical venezuelano El Sistema, Machado havia fundado a ONG Ação Social pela Música, com a proposta de democratizar a arte erudita no Rio de Janeiro. Hoje, a ONG é o maior projeto social de música clássica da cidade do Rio.

Programa:

– “Meu lanchinho” (ciranda);
– “Seu Lobato tinha um sítio” (ciranda);
– “Ciranda cirandinha”;
– “Canção de ninar” (J. Brahms);
– “O cravo brigou com a rosa” (ciranda);
– “Asa branca” (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira);
– “Ode à alegria” (L.V. Beethoven);
– “Estrelinha” (popular).