Público cai no samba no Ponto de Cem Réis com Martinho da Vila e Mirandinha

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O cantor e compositor Martinho da Vila fez o sambar ganhar vida no largo do Ponto de Réis nesta sexta-feira (18), no projeto Extremo Cultural – Onde o Som Toca Primeiro. O povo, que lotou a praça, cantou e dançou junto com o sambista canções como “Vai-Vai”, “Devagarzinho”, “Madalena do Jucu”, “Mulheres”, “Canta canta minha gente” e ainda arriscou “Asa Branca” (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e “Feira de Mangaio” (Sivuca e Glorinha Gadelha) que levou o público pessoense ao delírio.

“É uma alegria imensa receber um sambista como Martinho da Vila que além de trazer grandes sucessos é o responsável pela democratização do samba no Brasil”, comentou o prefeito Luciano Cartaxo que compareceu no local para abraçar o sambista junto com sua esposa Maísa.

O destaque do show foi a presença de um público misto, ou seja, de todas as idades, que cantou e fez coro em várias canções de Martinho da Vila, a exemplo da servidora pública Vilma Teresa que é fã do cantor. “Uma maravilha ter esses shows aqui no centro. Deveria ter o ano inteiro”, acrescentou.

O cantor e sambista Mirandinha, que abriu o show de Martinho como Grupo Pura Raiz, disse que não tem nem palavras para explicar o que é está perto de um ícone da Música Popular Brasileira e uma pessoa como Martinho.

Nas canções “Casa de Bamba” e “O Pequeno Burguês”, Martinho da Vila foi acompanhado em coro pelo público. Com dois de seus filhos entre os músicos, Martinho da Vila passeou por vários clássicos do samba em seu show, cantando, inclusive, “Filosofia”, de Noel Rosa, ladeado por sua filha mais nova Daiane. Recentemente, o sambista gravou um disco em que celebra a obra do Poeta da Vila. Entre as músicas que mais agitaram o público, destacam-se “Ex-Amor”, “Disritmia” e “Canta, Canta, Minha Gente”. Após executar canções que remetem a Portugal, país no qual Martinho sempre se apresenta, o sambista encerrou a primeira parte do show.

O engenheiro, Romulo Passos, veio à praça com a família inteira assistir o show de Martinho da Vila e disse que sempre escutou os sambas do cantor em casa desde infância. “Ainda por cima ter a oportunidade de assistir um show desses de graça é melhor ainda”, comentou.

Como prometeu, na coletiva que deu a imprensa antes de subir no palco, o sambista terminou o show com um “Pot-Pourri”, ou um “medley”, uma mistura de músicas carnavalescas de tempos atrás.

Durante a coletiva Martinho da Vila também falou de seu novo trabalho literário, “Ópera do Samba” que será lançado na França no dia 23 de janeiro pela Editora Civilizacion e que em breve chegará no Brasil.

Embora seja um compositor indutivo e sem formação acadêmica, tem uma grande ligação com a música erudita e idealizou, em parceria com o maestro Leonardo Bruno o Concerto Negro, espetáculo sinfônico que enfoca a participação da cultura negra na música erudita, participou do projeto “Clássicos do Samba”.

A vendedora ambulante Aline Albuquerque, 32 anos, disse que além de apurar um “dinheirinho extra” realizou o sonho de assistir a um show de Martinho da Vila.