Ricardo entrega CPS e uma nova rua Frutuoso Barbosa

Por - em 402

Cerca de 60 ambulantes – entre amoladores, sapateiros, relojoeiros e chaveiros – ganharam, na manhã desta quinta-feira (24), um espaço para trabalhar: o Centro Popular de Serviços (CPS). Além de construir o empreendimento, a Prefeitura de João Pessoa (PMJP) devolveu à população a rua Frutuoso Barbosa, completamente urbanizada e transformada em um calçadão. O investimento de R$ 333 mil foi feito em parceria com o Banco do Brasil, que financiou os boxes direto aos comerciantes.

O prefeito Ricardo Coutinho (PSB) entregou a obra aos comerciantes, acompanhado de auxiliares da administração e políticos. O ato chamou a atenção de comerciantes da área e de pessoas que transitavam no novíssimo calçadão da Frutuoso Barbosa e paravam para ouvir os discursos.

Geração de renda – “A gente se deparou com uma contradição que precisava ser resolvida: a necessidade dos ambulantes que ocuparam as ruas para sustentar suas famílias e o direito do povo de transitar numa calçada livre. Foi então que a geração de renda virou uma obsessão para o governo, que criou o Empreender, que ofereceu crédito ao pequeno, que já investiu mais de R$ 8 milhões na economia informal em dois anos e meio”, lembrou Ricardo.

Ele disse também que o Governo Municipal tinha a opção de desenvolver a economia de cima para baixo, que era o caminho mais fácil. “O desafio que assumimos foi desenvolver a economia na base, de baixo para cima, gerando capacidade para que o pequeno pudesse comprar na loja e esta por sua vez na indústria, ativando assim toda a cadeia produtiva. Essa é a meta de João Pessoa. Estamos no caminho certo”, afirmou.

Cidadania – O presidente do Sindicato dos Comerciantes Informais de João Pessoa, Juarez Marques, disse que todos os prestadores de serviços transferidos para o CPS estão satisfeitos. “Estamos realizando um sonho de mais de 30 anos. Conversando com alguns companheiros. A gente se sente como cidadãos de verdade, respeitados e sendo tratados com dignidade. E a população da cidade deve estar orgulhosa desse empreendimento, que valoriza toda essa área”, disse.

A rua Frutuoso Barbosa, conhecida como o ‘Beco do Sapateiro’, é uma das áreas de serviços mais antigas da cidade, com cerca de 30 anos. O comerciante Orlando Ângelo Pereira tem 70 anos, é morador do Renascer I e disse que foi um dos primeiros a ocupar a rua. “Tem muito mais de 20 anos que estou por aqui. Minha freguesia é grande e vai melhorar, porque aqui é mais seguro para a gente. Esse lugar é jóia”. Entre os ex-ambulantes, o clima era de contentamento geral. “Eu conserto bolsas e sapatos há 20 anos, trabalhando no meio da rua. Agora tenho um canto meu. É bom demais”, disse o sapateiro José Sizenóbio da Silva, morador do Rangel.

Segurança – O relojoeiro Jacinto Soares dos Santos, de Cruz das Armas, é um dos mais novos no ramo de serviços. Ele contou que era operador de caixa, perdeu o emprego há uns seis anos e começou a vender e consertar relógio, primeiro na rua Frutuoso Barbosa e, depois, no Centro de Comércio Popular (CCP), na Lagoa. “Foi um meio que achei para sustentar minha família. Acho que esse prefeito está tratando a gente 100% melhor do que os outros. No começo houve reclamação, o povo não entendia direito. Agora, a gente sabe que é melhor sofrer 30 dias do que padecer a vida toda. A gente não tinha segurança na rua. Agora me sinto estabilizado”, contou.

O secretário do Desenvolvimento Urbano, Ivan Burity, disse que a gestão deve encerrar neste semestre uma dívida histórica que o poder público tinha com aos ambulantes da cidade. “Com o Centro Comercial de Passagem, na Lagoa, este Centro Popular de Serviços e o Centro Popular de Comércio e Serviços do Varadouro, que inauguraremos até maio, estaremos tirando mais de mil comerciantes das ruas e calçadas da cidade. Ao organizar o comércio informal no Centro, estamos observando duas diretrizes fundamentais: que os comerciantes permaneçam próximos às áreas onde trabalhavam, para garantir a freguesia e tenham a posse dos seus boxes, para que não fiquem sujeitos as alternâncias de poderes políticos”, destacou.

Também presentes à solenidade os deputados federais Marcondes Gadelha e Manoel Júnior, ambos do PSB, mais o deputado estadual Gervásio Maia (PMDB), e os vereadores Wateau Rodrigues (PCdoB) e Paula Frassinete (PSB).

O equipamento
– O Centro Popular de Serviços (CPS) tem uma área total de 483 metros quadrados, ocupados por 42 boxes. Há boxes em que ficarão dois comerciantes com atividades que exigem pouco espaço, como conserto de relógios e amolação de tesouras e alicates.

O tamanho do boxe varia de acordo com a atividade comercial a ser exercida no local. Dez deles têm quatro metros quadrados, 14 possuem 3,40, 16 têm 2,17 e dois possuem oito metros quadrados. Esses últimos são maiores porque abrigarão lanchonetes. O espaço tem uma praça de alimentação, duas baterias de banheiros masculinos e femininos (cada uma com um banheiro adaptado para cadeirantes) e acesso com rampas e corrimãos.