Riqueza regional marca “Paixão de Cristo” no terceiro dia de espetáculo

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PAIXAO DE CRISTO_FOTO GILBERTO FIRMINO (11)O terceiro dia de encenações da “Paixão, segundo Antônio Conselheiro”, neste sábado (19), atraiu uma  multidão para o local das apresentações, no Ponto de Cem Réis, com  arquibancadas lotadas. O público vibrou em várias passagens das cenas clássicas da história santa do sacrifício de Jesus, moldadas com um toque regional da direção de Roberto Cartaxo, que lhes rendeu um caráter particular.

“Os ensinamentos do Sermão da Montanha e a ressurreição foram as cenas mais me emocionaram”, cita a funcionária pública Priscila Maia, resumindo a preferência do público. Daniel Porpino e Horieby Ribeiro são dois dos atores que se revezam no papel do Messias, que ainda conta com o adolescente Pedro Iranzi. Veteranos de outras edições das Paixões, ambos contam que o processo de preparação exige entrega emocional e muito trabalho técnico.

“Quanto mais tecnicidade o ator desenvolver na sua expressão corporal e voz, mais natural vai soar à plateia”, ensina Horieby, que encarna o Salvador há 20 anos na Capital e acumula apresentações também em outros estados do Nordeste e Rio. “Revendo as minhas primeiras atuações e as de agora, noto que a experiência me deu muito mais domínio e segurança sobre o corpo”, compara.PAIXAO DE CRISTO_FOTO GILBERTO FIRMINO (16)

A dança como personagem – A dança é um elemento circundante do espetáculo. Ela perpassa tanto números-solo (os sinuosos bacanais de Roma), como eleva a pungência dramática de cenas como a dizimação dos fiéis da Judeia (a mando de Herodes, que está à procura de Jesus), ou do temeroso encontro entre Cristo e Satanás durante o retiro de fuga para o deserto.

PAIXAO DE CRISTO_FOTO GILBERTO FIRMINOA coreografia foi coordenada pela bailarina Kilma Farias, da Cia. Lunay, e trabalhada em ensaios com os 24 bailarinos duas vezes na semana, por um mês. “As danças exploram a riqueza rítmica do tribal, balé clássico e moderno, folclore árabe e cavalo marinho”, enumera Luana Aires, uma das centrais. “Os bailarinos foram aproveitados conforme a sua formação e dada a eles também a liberdade de criar dentro do que sabem fazer”. “O resultado final do espetáculo ficou ‘redondo’, muito bem-feito”, avalia um exausto Roberto Cartaxo.

As duas últimas apresentações que encerram a temporada da “Paixão” serão neste domingo (20), às 19h e 21h, com entrada gratuita.