São João da Capital se consagra como um dos grandes eventos do NE
Sete dias de imersão total na cultura popular nordestina. Foi assim que a Capital paraibana celebrou a festa mais tradicional desta parte do Brasil. De 23 a 29 de junho, período em que aconteceu o ‘São João de João Pessoa – O Melhor da Gente’, o centro da cidade se transformou em um grande arraial, com muita música, segurança, alegria e atrações do calibre de Gilberto Gil, Alceu Valença, Flávio José, Pinto do Acordeom e Genival Lacerda. Este último artista foi especialmente homenageado pelos 60 anos de carreira.
Neste ano, a festa junina – realizada pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) por meio de sua Fundação Cultural (Funjope) – teve como tema a ‘Celebração do Forró’ e aconteceu em três ambientes: o Ponto de Cem Réis, a Praça Rio Branco e a Praça Dom Adauto. Ao todo, mais de 50 atrações animaram o público durante os sete dias da festa.
Com investimento de aproximadamente R$ 1 milhão em recursos próprios, a PMJP consolidou mais um grande evento em sua agenda cultural. “O sucesso foi absoluto, tanto em programação quanto em organização. Encontramos o formato exato para realizar uma festa de qualidade”, comemorou Milton Dornelas, diretor executivo da Funjope.
Segundo ele, o reconhecimento de artistas como Alceu Valença e Trio Nordestino, que destacaram a programação do festejo junino de João Pessoa como uma das melhores do Brasil, comprova o acerto da aposta. “O São João de João Pessoa foi melhorando a cada ano, num desenvolvimento contínuo”, disse.
Sobre o apoio da PMJP à cultura popular, Milton Dornelas destacou a escolha de 12 grupos de forró locais, com composições do autêntico forró nordestino, por meio de edital público realizado pela Funjope.
Dornelas também salientou a segurança no local, que permitiu uma festa pacífica e sem ocorrências graves, apesar de ter atraído uma média de 40 mil pessoas por noite. Para isso, a festa teve o apoio da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Guarda Municipal, de segurança privada e do Corpo de Bombeiros.
Complexo junino – O São João de João Pessoa contou com dois palcos montados no Ponto de Cem Réis, sendo um destinado aos shows nacionais, locais e de trios de forró, e o outro exclusivo para a apresentação de grupos da cultura popular (ciranda, coco de roda, pífano, reisado e lapinha).
A Praça Rio Branco, onde havia apresentações diárias de trios de forró, ao meio-dia, recebeu o Festival de Emboladores na abertura oficial do evento (uma das novidades do São João da Capital este ano). Enquanto que a Praça Dom Adauto foi o cenário para o 15º Concurso de Quadrilhas Juninas de João Pessoa e Região Metropolitana, sempre a partir das 20h.
Atrações – Alceu Valença cantou seus sucessos no dia 26 e o cantor e compositor baiano Gilberto Gil participou do evento no dia 28. Já o homenageado do ano, o campinense Genival Lacerda, se apresentou na última noite do evento, dia 29, juntamente com o forrozeiro Flávio José. Nessas duas últimas noites, o público foi superior a 50 mil pessoas.
Zé Calixto, Trio Nordestino, Joquinha Gonzaga, Maciel Melo, Biliu de Campina, Dejinha de Monteiro, Ripa na Chulipa, Forró Caçuá, Swing Nordestino, Os Três do Xamego e Clã Brasil foram outras atrações que subiram ao palco do Ponto de Cem Réis.
Respeitável público – Huberat Arnurt, francês que mora na cidade e trouxe um grupo de amigos para passar férias na Paraíba, tinha na ponta da língua a resposta para festejar em João Pessoa: “É organizado e tranqüilo”. Stefani Gaudil, amiga dele, acrescentou que as apresentações de cultura popular foram espetaculares. Ela também achou “a cidade limpa e bem cuidada”.
O grupo de motoqueiros conhecido como ‘Abutres’ também curtiu a festa. “A proposta das atrações está ótima. Viemos para assistir Gilberto Gil, um artista que agrada a todas as tribos”, comentou o diretor estadual dos Abutres na Paraíba, Bruxo dos Abutres.
O estudante universitário Carlos Alberto Sousa, que é de Minas Gerais, veio passar férias na Capital paraibana com um grupo de amigos e se encantou. “Adorei a festa. É bem diferente do que eu costumo ver em outras cidades”, disse.
Quem trabalhou também ficou animado com o resultado. “Não temos do que reclamar. Foi bem melhor do que ter levado a barraca para uma cidade do interior, está dando mais lucro”, afirmou o comerciante de alimentação, Marcos Eugênio da Silva.