Saúde inicia transferência de pacientes cardiopatas para Campina Grande

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A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) começa a transferir, nesta quarta-feira (22), às 9h, pacientes que precisam ser submetidos a cirurgias e, por conta da paralisação dos cirurgiões cardíacos, não estão podendo receber atendimento na Capital. Fernando Bezerra de Melo, de 60 anos, e Ramiro Vicente da Silva, de 40 anos, serão encaminhados para o município de Campina Grande.

A transferência dos pacientes será coordenada pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e deve acontecer por via terrestre e aérea. “O paciente Ramiro é um caso mais grave e precisaremos encaminhá-lo através do nosso helicóptero o mais rápido possível. Em relação ao senhor Fernando Bezerra, iremos avaliar o estado de saúde dele nesta quarta (22) para decidir se é possível encaminhá-lo por via terrestre ou se ele também será transportado na aeronave”, explicou a coordenadora do Samu de João Pessoa, Roberta Abath. O helicóptero e a ambulância sairão da sede do Samu, em Água Fria.

A iniciativa foi tomada para garantir aos pacientes o acesso ao serviço. Os procedimentos deixaram de ser realizados na capital depois que os cirurgiões cardíacos cruzaram os braços. A paralisação no serviço, que é de alta complexidade, já resultou na morte de uma paciente: Elisângela Ferraz, de 28 anos, estava esperando por uma cirurgia, mas não resistiu.

A paralisação
– Desde 2006, a SMS apresentou uma proposta de reajuste de 100%, pagos com recursos próprios, em três procedimentos cardíacos, que são as trocas de válvula, a revascularização e as cardiopatias congênitas.

Atualmente, o valor pago à equipe pela cirurgia é de R$ 700. Os anestesiologistas recebem R$ 300 e os hospitais credenciados R$ 2.230 mil por cada cirurgia realizada pelo SUS. A proposta de 100% da SMS incide sobre os valores pagos aos médicos e anestesiologistas.

A secretária de Saúde, Roseana Meira, informou também que existe um Termo de Compromisso das unidades hospitalares se responsabilizando pela realização das cirurgias. Mesmo em uma greve, os hospitais devem contar com 30% do corpo clínico para atender às urgências. Parece-me que está havendo uma quebra da ética médica e de todos os acordos feitos conosco. Pior de tudo, é um desrespeito à população. Eles estão se negando a salvar vidas, avaliou a secretária, que entrou em contato com as secretarias de Saúde de Recife, Natal e Campina Grande, para acertar o encaminhamento dos pacientes com cirurgias marcadas para essas localidades.