Seis exposições permanecem em cartaz na Estação Cabo Branco neste final de semana
Uma opção de lazer neste final de semana é visitar as seis exposições que continuam abertas na Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano. Lembramos ao público que o horário de visitação, nos espaços expositivos, passou a ser de terça a sexta-feira das 9h às 18h. Sábados, domingos e feriados das 10h às 18h, com entrada gratuita.
No primeiro pavimento da Torre Mirante o público poderá conferir duas instalações de autoria da artista plástica Alessandra Chianca, intituladas de “Música no Ar” e “As Flores de Plástico não Morrem”. Nos objetos de arte a artista questiona sobre a impermanência das coisas e suas efemeridades. A instalação, no primeiro momento, nos remete da música do grupo Titãs, em que o autor faz várias metáforas para compreender e questionar a morte, os velórios, funerais, a depressão e a própria vida.
Na primeira instalação se vê, no chão, pequenos vidros com flores vermelhas de plástico. “As instalações consolidaram-se como forma da expressão dos artistas visuais a partir da década de 1960. Atualmente mantém-se como um gênero importante e muito difundido”, explicou a curadora da casa, Lucia França.
Na segunda instalação, “Música no Ar”, o visitante vai encontrar vinis, muito comum na década de 1970 e 1980, fixados no teto. São vinis nacionais e internacionais que foram sucesso e embalou as festas e discotecas de muitos jovens que hoje são cinquentões. São títulos de Roberto Carlos, Raul Seixas, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Zé Ramalho, Maria Bethânia, Elba Ramalho, Belchior, Blitz, Roberta Miranda, U2, Pink Floyd e outros.
Os vinis se transformaram em objetos de arte raros e muitos foram prensados com uma tiragem pequena. Para os colecionadores o álbum vinil tem uma importância não apenas na música, mas nas capas que eram produzidas com exigência técnica de imagem.
“Agô” é outra exposição de artes visuais que poderá ser vista no primeiro pavimento da Torre Mirante. A exposição fotográfica é de autoria da pernambucana Roberta Guimarães. Nela o visitante vai encontrar 30 fotografias que revelam a natureza e o ambiente dos terreiros de umbanda de 14 terreiros da cidade do Recife (PE), além de vídeo informativos fruto de uma longa pesquisa da fotografa Roberta Guimarães.
A curadoria da exposição é de Raul Lody, com apoio local da curadora geral da Estação Cabo Branco, Lúcia França. Esse trabalho foi registrado no livro “O Sagrado, a pessoa e o orixá”, lançado em 2014 em Recife. As fotografias mostram a grande influência africana na formação da identidade brasileira. É um mergulho nas particularidades dos rituais do xangô, assim como no vídeo que foi produzido pela artista.
Roberta Guimarães explicou que este trabalho não se limita à questão religiosa, mas trata de questões como respeito, solidariedade, com um forte componente de gênero. “No Xangô, o feminino e o masculino aparecem de forma mais livre. Um orixá masculino pode se manifestar em uma filha de santo”, disse.
O conceito fica claro na abordagem dada aos dois vídeos, em que apresenta uma espécie de “crossdressing” (termo que se refere a pessoas que vestem roupa ou usam objetos associados ao sexo oposto), mostrando a transformação de dois filhos de santos em entidades de sexo oposto. O vídeo que será exibido trará imagens dos terreiros, dos rituais e entrevistas com filhos e pais de santos falando sobre suas relações com a religião e detalhes da vida do terreiro.
Ainda dentro do universo da cultura africana, temos a mostra ‘Troncos Velhos e Galhos Novos’ do fotografo Alberto Banal. A mostra, que retrata duas fases específicas do povo quilombola, representa a raiz da tradição (o antigamente), e a das crianças, que representa o grande potencial de futuro (o futuramente). Enquanto os anciãos carregam os valores da ancestralidade e garantem a continuidade da tradição, as crianças constituem uma geração chave e estratégica para o futuro que pode ser o começo de um novo tempo, como também a última etapa da dissolução de muitas comunidades.
“Existe uma geração que está vivendo e sofrendo o advento da modernidade em todos os seus aspectos sociológico, tecnológico, antropológico, enquanto a transmissão da cultura tradicional está se perdendo num esquecimento assombroso”, comentou Alberto Banal.
As crianças, que aparecem nas imagens da exposição, fazem parte do Projeto Escrilendo, uma atividade da Associação de Apoio as Comunidades Afrodescendentes da Paraíba (AACADE), em parceria com Casas de Leitura, Casa dos Sonhos e os amigos italianos da Associação Uniti Per La Vita e do grupo Just Dance. O projeto incentiva o prazer da leitura e escrita, e propõe resgatar e reforçar a identidade cultural das comunidades quilombolas dos municípios de Matão, Matias e Pedra d’Água.
E para fechar a discussão sobre a temática africana, temos a exposição ‘O Quilombo mais antigo do Rio de Janeiro’ do fotografo Davy Alexandrisky. Nesta exposição, o visitante vai poder conferir 30 fotografias que narram à residência artística de três meses no quilombo mais antigo do Rio de Janeiro, chamado de São José, que está localizado na Serra da Beleza, em Valença. O quilombo abriga 150 descendentes de escravos que vieram do Congo, da Guiné e Angola, e que moravam nas terras da fazenda São José da Serra.
A exposição é um recorte do projeto “Quilindo Quilombo”, premiado no Edital Interações Estéticas pela Fundação Nacional das Artes (Funarte) em 2009. Segundo o fotógrafo, Davy Alexandrisky, o projeto tem o objetivo de traduzir em um pequeno número de fotos, toda a história de lutas, resistência, tradições e costumes do quilombo São José da Serra e seus quilombolas, é o maior e, ao mesmo tempo, mais delicioso desafio para um velho fotógrafo de publicidade.
“Quilindo Quilombo” não possui fins lucrativos e tem a pretensão de deixar que os quilombolas se mostrem brasileiros, moradores de um local que já serviu, o passado, de refúgio para os seus antepassados que conseguiram escapar do jugo escravocrata, e fazem parte do conjunto da sociedade brasileira que trabalha, consome e paga impostos, gerando a riqueza que forma o PIB do Brasil.
As Sereias em Fúria na Estação das Artes Luciano Agra
Do outro lado, no prédio vizinho, na Galeria Luciano Agra o público ainda poderá conferir a exposição ‘Fúria da Sereia’ do estilista Ronaldo Fraga, em colaboração com o projeto Sereias da Penha da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP). Nesta exposição, o público verá o trabalho artesanal criado em João Pessoa que foi transformado sob a perspectiva e olhar do design, Ronaldo Fraga. Além de passear pelos conceitos da moda, a exposição ainda passa pelo universo da economia criativa, em que está abrindo portas para pequenos e grandes ateliês.
Em entrevista com o estilista Ronaldo Fraga, no período de montagem da exposição em João Pessoa, ele comentou que as joias confeccionadas pelas artesãs é o resultado de um trabalho conjunto que reverbera em outras comunidades. “Essa parceria desenvolveu não só a possibilidade de emprego e renda, mas é uma questão de apropriação cultural. Temos um trabalho de alto nível e interdisciplinar em que a moda dialoga com gestão pública, questões ambientais, design e outros tantos aspectos”, completou.
Por meio das peças autorais, criadas a partir do saber popular e da apropriação cultural, o público ainda reconhece a importância da preservação ambiental e dos ecossistemas a partir do reaproveitamento e ressignificação de materiais que fazem parte do dia a dia das comunidades de pescadores e que costumavam ser vistos como lixo ou sem valor econômico.
O Projeto – Sereias da Penha é uma iniciativa promovida pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da Secretaria de Trabalho, Produção e Renda, através do Programa João Pessoa Artesã (JPA), em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) e Sebrae Paraíba, que possibilitou as mulheres artesãs capacitação, tendo uma nova atividade econômica. A primeira-dama da Capital, Maísa Cartaxo, é coordenadora do Programa JPA.
Em Montagem – Se encontra em processo de montagem no primeiro andar da Torre Mirante a exposição ‘Euforia em Preto e Branco’ do artista Francisco de Batista. Nela, o visitante irá encontrar 31 imagens pintadas à mão em papel canson.
Funcionamento Natal e Ano Novo – No período de festas de final de ano a Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes não abrirá os portões nos dias 25 nos dias 24, 25, 28 e 31 de dezembro de 2015, e 1º de janeiro de 2016. A medida está em consonância com a portaria da Secretaria de Administração (Portaria no 713), que por sua vez obedece portaria do governo federal 3 de fevereiro de 2015, emitida pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, conforme o artigo 1º. As atividades voltam ao normal no dia 5 de janeiro de 2016.
SERVIÇO:
Exposições em cartaz:
- Música no Ar
- A Flores de Plástico Não Morrem
- Troncos velhos e Galhos novos
- Agô
- O Quilombo mais antigo do Rio de Janeiro
Local: Primeiro pavimento da Torre Mirante e Galeria da Estação das Artes Luciano Agra, Altiplano
Horário de visitação: Terça a sexta-feira – 9h às 18h
Sábados, domingos e feriado – 10h às 18h.
Fones: 3214.8303 – 3214.8270
www.joaopessoa.pb.gov.br/estacaocb
Entrada gratuita
CONTATO PARA A IMPRENSA:
Lúcia França – Curadora geral da Estação Cabo Branco
Fone: 99951.8655 – 9984.9158 (whatsapp)