Seminário de literatura de cordel reúne professores municipais
Aprofundar o conhecimento sobre a cultura popular, repassando-o de forma lúdica para os alunos. Este foi o objetivo do ‘III Seminário de Literatura de Cordel da Rede Municipal de Ensino’, destinado aos professores da rede municipal de ensino e realizado nesta quarta-feira (22), no Centro de Capacitação dos Professores (Cecapro). Especialistas e artistas que desenvolvem projetos na área foram convidados para ministrar palestras. O evento foi organizado pela Secretaria de Educação e Cultura (Sedec).
A professora Laura de Albuquerque Maurício, disse que a capacitação dos docentes é fundamental para que sejam alcançados resultados no projeto Cordel na Sala de Aula. O projeto é desenvolvido pelos professores de artes e de português junto aos alunos de 18 escolas, diz a professora, acrescentando que o objetivo é que os alunos reconheçam a cultura através da leitura do cordel, valorizando-a. Depois, os trabalhos feitos por eles são expostos nas comunidades em forma de teatro, fantoche e outras manifestações. Então, a comunidade também é incentivada a participar dos eventos. Com isso descobrimos muitos poetas e talentos.
Entre os convidados para o seminário esteve o poeta popular Beto Brito, que, pela manhã, apresentou o número Cordel com a Rabeca. A doutora e professora da UFPB, Beliza Áurea de Arruda Mello, que é especialista no assunto, proferiu a palestra ‘Cordel: da tradição à contemporaneidade’. À tarde, houve palestras, oficinas e até de cordel cantado e recitado.
Beliza Áurea desenvolve pesquisas no Departamento de Letras da universidade sobre culturas orais. Ela considerada que a circulação em sala de aula das diversas vozes formadoras do cordel é importante para que o aluno comece a rever essas produções como úteis. Porque essas produções respondem aos questionamentos da gente, são as nossas identidades, observa.
A pesquisadora afirma que o projeto desenvolvido na rede municipal de ensino de ensino é importante também porque mostra os diversos gêneros de literatura. É necessário que nós nordestinos tenhamos esse olhar mais carinhoso dessas vozes que tecem nosso imaginário e memória, ressalta.