SMS debate implantação de projeto sobre Aids

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João Pessoa é uma das três cidades do país que irá desenvolver o projeto- piloto “Aids e Pobreza”. Serão dois anos para implantação de políticas de adesão ao tratamento da Aids, com R$ 400 mil em verbas federais por ano. Além de João Pessoa, as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo farão parte do projeto inicial. João Pessoa foi uma das cidades escolhidas por ter uma rede de atenção básica estruturada. Nesta terça-feira (10), funcionários de várias secretarias da Prefeitura Municipal de João Pessoa e pessoas ligadas a movimentos sociais participarão da elaboração de um plano de ação para o desenvolvimento deste projeto. O evento será realizado, às 8h30, no Hotel Netuanah, no Cabo Branco.

Segundo o coordenador da Unidade de Prevenção à Aids do Ministério da Saúde, Ivo Brito, para a implementação do projeto, o ministério precisava inserir uma cidade de médio porte. “João Pessoa foi escolhida por ser uma cidade de médio porte que tem uma rede de atenção básica estruturada, o que vai facilitar a implementação do trabalho”, disse. Ivo Brito informou, ainda, que os recursos para o projeto devem ser liberados ainda este mês. “Estamos esperando apenas a abertura do cadastro do Fundo Nacional de Saúde”, comentou.

De acordo com o diretor do Centro de Testagem e Aconselhamento em DST/Aids e chefe da Seção DST/Aids,Roberto Maia, as dez comunidades consideradas mais vulneráveis em João Pessoa serão selecionadas para fazerem parte do projeto. “Serão escolhidas duas comunidades por Distrito Sanitário,em um universo de 16 comunidades já identificadas previamente. Cruzamos os dados do Bolsa Família para saber a situação econômica, com os dados que temos sobre Aids. Desde o final de 2008 que estamos trabalhando nesta seleção e agora construiremos um plano de ação para ser aplicado nessas comunidades”, disse.

O projeto Piloto “Aids e Pobreza” desenvolverá políticas para o tratamento de doentes . “Trabalharemos a adesão ao tratamento, as questões sociais como o preconceito, a autoestima, alimentação correta, transporte e empregabilidade. Muitas pessoas abandonam o tratamento por causa dessas questões sociais, além do mais, de 20% a 30% das pessoas em tratamento têm reação ao medicamento (lipodistrofia)”, disse Roberto Maia.

Espera-se atender 250 famílias por comunidade. “Não vamos trabalhar apenas com os doentes, teremos que trabalhar com toda a comunidade. Infelizmente, as pessoas doentes ainda sofrem muito preconceito na família e na comunidade e isso pode ajudar a largar o tratamento. Por isso, vamos trabalhar com a comunidade”, esclareceu Maia.

Comunidades atendidas

Foram mapeadas 16 comunidades, no entanto, 10 serão escolhidas, durante a elaboração do plano de ação.

Comunidades mapeadas

DS I – Alto do Mateus/Cruz das Armas
DS II – Varjão/São Geraldo/Gervásio Maia
DSIII – Mangabeira (Cidade Verde) e Paratibe
DSIV – J. Mangabeira/ Jardim Ester/Alto do Céu/Rua do Cano/Comunidade do S
DSV – São Luís (Bessa)/Cidade Recreio/São José e Chatuba.

Quem participa do projeto

Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), Secretaria de Educação (Sedec), Orçamento Democrático, Empreender, Pró-jovem, Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres e Movimentos sociais.

Dados sobre a Aids

– Entre 1985 e 2008 foram identificadas em João Pessoa 1.024 pessoas doentes de Aids.
– Estima-se que esse número esteja sub-notificado e que na realidade, mais de 2.500 pessoas vivam com o vírus da Aids
– Do total de Mulheres com HIV positivo, que têm companheiros também com HIV positivo, 26,4% disseram que sabiam que o companheiro já vivia com a doença, 9,6% disseram desconhecer e 64% afirmaram que têm múltiplo parceiros.