Trio canta força da mulher em mais uma edição do Sabadinho Bom

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sabadinho bomEsta edição do dia 6 do projeto Sabadinho Bom vai fazer uma reverência ao legado musical de compositores que souberam decompor e decifrar, em suas variadas facetas, a alma feminina. O grupo Oitavas no Choro abre as apresentações com um desfile de clássicos, seguido pelas homenagens de fato tocadas pelo trio de cantoras Meire Lima, Nathalia Bellar e Helayni Cristini, no espetáculo ‘Não mexe comigo, que não ando só’.

O Sabadinho, um projeto da Prefeitura Municipal de João Pessoa, por meio da sua Fundação Cultural (Funjope), começa às 11h30 e termina às 16h, impreterivelmente.

A ode tem sua razão de ser: compõe a programação de 16 dias de atividades pelo fim da violência contra a mulher, encabeçada pela Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM). A programação começou no dia 25 de novembro e prossegue até a próxima quarta (10). “No sábado, vamos montar uma tenda na Praça Rio Branco para explicar quais serviços estão à disposição das mulheres, a exemplo dos oferecidos no Centro de Referência da Mulher Ednalva Bezerra”, disse Viviane Alves, chefe de gabinete da SEPPM.

Oitavas – O Oitavas do Choro surgiu em 2009, em João Pessoa, a partir do reencontro de amigos amantes do estilo. O nome do grupo faz alusão a um intervalo das partituras do choro, que compreende as doze notas fundadoras da linguagem musical do ocidente. É atualmente formado por Cornélio Santana (flauta), João Maria (violão de sete cordas), Manoel Medeiros (cavaquinho), André Luiz (pandeiro) e Maryson Guga Borges (violão de seis cordas).

A vez delas – A cantora Meire Lima dá largada ao especial ‘Não mexe comigo, que não ando só’, ao lado de Nathalia Bellar e Helayni Cristini. “O repertório foi pensado pelas três e deu preferência a obras de Dori Caymmi, Caetano Veloso, Vinicius de Moraes e Chico Buarque”, anuncia Meire, que abre o show com ‘Maria Maria’, de Milton Nascimento.sabadinho bom (1)

“Cada qual vai tocar apenas três músicas-solo. O restante será em conjunto. Fomos atrás de compositores que captassem a essência e a sensibilidade da mulher em sambas clássicos, choro e MPB”, acrescenta Nathalia.

Meire também cantará ‘Volta por Cima’ (Paulo Vanzolini), ‘Acalanto’ (Caymmi) e ‘Quem te viu, quem te vê’ (Chico Buarque). “Vai ser um show mais contemplativo do que dançante, preocupado no amor que leva muitas vezes os casais a perder a razão e cometer atos de violência”, lembra a cantora.

Natural de Itabaiana, Meire mora em João Pessoa há 30 anos e canta há 14. Trabalha com as tradições nordestinas, como o forró, desde 2002. Agora se prepara para lançar dois álbuns: um só de xote, galope e baião, com composições de Bebé de Natércio, Chico Bezerra e Maciel Melo, e outro recheado de canções também assinadas por Bebé.

A pessoense Nathalia Bellar começou a enveredar pela música aos 15 anos, quando ganhou do pai o primeiro violão. Passou a se dedicar ao estudo do instrumento nas horas vagas, influenciada pelo rock do Legião Urbana e até do pop de boy bands da época. Por fim, descobriu a música de Elis Regina e Maria Bethânia, as suas maiores referências. Como a maioria dos artistas, Bellar debutou em boates e bares da capital e estendeu a experiência para eventos como o Recital de Música e Dança Cenated (2010), o Verão é Cultura e a Parada LGBT (2011), a Mostra Sesc de Música Paraibana de 2012 (onde apresentou e gravou a música “Pra Durar”, de autoria própria), e o Carnaval de Todos os Ritmos de 2013.

Também pessoense, Helayne Cristini é uma autodeclarada militante da cena musical local. Passou a se envolver ainda mais desde 2012, quando montou um recital de conclusão do seu curso em Música Popular, pela UFPB, chamado ‘Mulheres Paraibanas’, cuja pesquisa debruçou-se sobre o trabalho de compositoras e intérpretes do estado. Conquistou o prêmio de melhor intérprete do Festival de Marchinhas e Músicas Carnavalescas da Paraíba, com a composição ‘Depois da Copa’.