Vigilância Sanitária divulga resultado de análise em produtos de lanchonete

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A Gerência de Vigilância Sanitária (GVS) de João Pessoa apresentou na manhã desta sexta-feira (29), durante entrevista coletiva, o resultado do inquérito epidemiológico realizado em lanchonete localizada na rua Waldemar Chianca, no Bessa, onde 73 pessoas que consumiram molhos caseiros no dia 10 de fevereiro apresentaram sintomas de infecção intestinal. O resultado indicou a presença de bactérias do grupo coliformes contendo ‘E.coli’ (indicador fecal) e da bactéria Samonella no molho de queijo, que pode levar a morte dos pacientes.

O gerente de vigilância sanitária do município, Ivanildo Brasileiro, explicou que os resultados indicam que houve uma manipulação inadequada na higienização dos produtos, principalmente nos molhos a base de maionese, bacon e azeitonas. Segundo ele, o laudo indica que todos os molhos apresentaram coliformes resistentes a 45ºC, o que comprova a presença de bactérias entéricas no intestino.

Ivanildo Brasileiro demonstrou que desde os primeiros casos com suspeita de infecção intestinal que deram entrada no Hospital Universitário as Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica do município tomaram medidas em caráter de urgência para impedir que o surto provocado pela ingestão dos alimentos provocasse danos maiores, como a morte de algum paciente interno.

Entre as medidas adotadas, a Vigilância fez o recolhimento dos produtos, interditou o estabelecimento e coletou amostras para análise. Além disso, orientamos os proprietários e funcionários do estabelecimento a fazerem cursos de manipulação e boas práticas de alimentos”, explicou.

Ele explicou que a vigilância sanitária tem promovido cursos de manipulação de alimentos com quiosques da orla, bares e restaurantes, além de fazer um trabalho educativo sobre as normas sanitárias e as doenças que podem ser transmitidas por alimentos. Segundo ele, esse caso mais recente serviu para que a Vigilância e os próprios clientes fiquem alerta se estabelecimento possui alvará de funcionamento e cumpre as normas sanitárias.

Interdição – No último dia 12 de fevereiro, uma vistoria realizada pela GVS constatou que o proprietário não cumpriu as adequações físicas determinadas pelo setor de arquitetura com base na resolução 50 da Anvisa e resolução 216 da Anvisa, sobre boas práticas da manipulação de alimentos, o que levou à interdição do local. Na mesma oportunidade, foram recolhidos os produtos com suspeita de contaminação para posterior análise.

Os proprietários abriram processo de legalização junto à Vigilância Sanitária e conseguiram a liberação do estabelecimento, após cumprirem os critérios da legalização com intervenções físicas e sanitárias. “O comerciante responde a processo administrativo na vigilância sanitária e após defesa do proprietário vamos analisar a procedência e tomarmos as medidas cabíveis que pode ser a interdição definitiva, proibição do uso dos produtos e multa que varia de R$ 300 a R$ 50 mil.

A gerente de Vigilância Epidemiológica, Nadja Maria, afirmou que foram feitas busca ativa de casos em hospitais nos dias 11 e 12 de fevereiro foram identificados 73 pessoas que estiveram na lanchonete, sem que 54 apresentaram sintomas de infecção hospitalar e 19 não. Os sintomas verificados foram náuseas (40 pessoas-74%), vômitos (40 pessoas-74%), diarréia (54 pessoas-100%) e febre (41-74,07%).