SMS realiza oficina para o I Encontro de Homens Trans Norte e Nordeste

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Nesta sexta-feira (3), o Centro de Aconselhamento e Testagem (CTA) realiza uma oficina de preparação para o I Encontro de Homens Trans do Norte e Nordeste, que acontece de 14 a 16 de junho, em João Pessoa. A oficina será no próprio CTA, situado no Cais Jaguaribe (antigo PAM), das 9h às16h. Estará presente o presidente da Associação Brasileira dos Homens Trans, Leonardo Tenório.

Realizada para homens trans de João Pessoa e de Recife, a oficina será também de acolhimento e de orientações, com o objetivo de atender a esse público de forma integral, de acordo com suas necessidades em saúde. “Queremos diminuir as injustiças que os homens trans sofrem nas práticas do cuidado em saúde”, ressaltou o diretor do CTA, Roberto Maia.

De acordo com ele, uma equipe multiprofissional já atende a essa população – inclusive, há um casal paraibano que pretende ter filhos e já é acompanhado por um ginecologista, que faz exames ginecológicos e reposição hormonal no homem trans. “Provavelmente, será o primeiro homem trans grávido do Brasil”, disse.

Homens trans são pessoas que nasceram com a genitália feminina, mas que sempre se perceberam pertencentes ao sexo masculino, desde a infância. Alguns homens trans precisam tomar hormônios masculinos e fazer a retirada das mamas; outros passam pelo processo transexualizador. “Os desejos do homem trans são múltiplos, como os de qualquer pessoa, podendo ele ter orientação sexual homossexual, bissexual ou heterossexual”, explicou.

Identidade – Para Roberto, ainda há muito que avançar nas políticas públicas inclusivas referentes aos homens trans no Brasil, como o entendimento de que eles devem ser tratados pelo nome social, ter exames ginecológicos garantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ter emprego no mercado formal de trabalho, dispor de um ambulatório para transexuais e ter direito à cirurgia de redesignação sexual, caso necessário. “A identidade de gênero dos homens trans sempre foi masculina. Eles precisam ser respeitados na sua integralidade e nos seus direitos”, concluiu.

A chefe da Seção DST/Aids da SMS, Tatiana Pinangé, ressaltou que alguns homens trans que vivem hoje em João Pessoa sentem a necessidade de ter filhos, por isso deixam de tomar hormônios masculinos e fazem acompanhamento com um ginecologista para engravidar. “Hoje, isso é uma realidade no SUS. Portanto, num futuro muito próximo, teremos homens trans  grávidos para fazer o pré-natal nas Unidades de Saúde da Família, e precisamos nos adequar às reais necessidades desses usuários”, disse.