Mães e bebês recebem assistência humanizada com Método Canguru

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D“Poder passar o meu calor para minha filha e sentir que ela ama estar pertinho de mim, me deixa ainda mais feliz”, é o que diz Angélica França, uma das mães atendidas pelo Método Mãe Canguru no Instituto Cândida Vargas (ICV), maternidade da rede municipal de Saúde de João Pessoa.

O Método Mãe Canguru é um modelo de assistência humanizada que atende, em sua maioria, as mães de recém-nascidos prematuros e de baixo peso, voltado para a melhoria da qualidade do cuidado. O bebê fica agarrado com sua mãe, pele a pele, durante a maior parte do tempo.

Criado na Colômbia em 1979, o Mãe Canguru já é desenvolvido no ICV há 15 anos. Entre os benefícios, o método estimula o aleitamento materno, diminui o risco de infecção hospitalar, ajuda aos pais a aprenderem os cuidados com o seu bebê e, com isso, terem maior autoconfiança após a alta hospitalar.

A diretora multiprofissional da maternidade, Teresinha de Lisieux, ainda destaca outros benefícios do método. “A redução do tempo de separação entre a mãe e o recém-nascido favorece o vínculo entre os dois, permite um controle térmico adequado para o bebê, além de diminuir o estresse e a dor do bebê”, explicou.

Apenas uma semana após o nascimento de sua filha Stefhany, Angélica França já percebe que a proximidade faz bem ao bebê. “É muito bom tê-la agarradinha comigo o máximo de tempo possível, quando tenho que largar já fico triste e percebo que ela sente falta. O que ela mais precisa é do calor humano”, comentou.

Rodas de Convivência – Uma equipe multiprofissional formada por psicólogos, fisioterapeutas e enfermeiros do Instituto Cândida Vargas, em parceria com voluntários, realiza diariamente atividades de convivência para dar apoio às mães.

De acordo com a diretora multiprofissional são desenvolvidas rodas de conversa, oficinas de beleza, trabalhos manuais (bonecas e dobraduras), musicoterapia e sessão de cinema. “Durante as atividades, procuramos sempre orientá-las nas questões que envolvem a maternidade”, disse Lisieux.

Ela explica que este trabalho é um meio de dar suporte às mães, pois em muitos casos elas chegam a ficar até três meses na maternidade para que seus bebês possam receber alta. Um exemplo é a mamãe Maria José Diniz. Seu bebê, Mateus, está com dois meses de vida. “Acho que este momento é muito importante para que ele possa sair daqui com saúde”, disse. D

Outro caso é o de Joseane Ferreira, que deu à luz a Alfredo há quase um mês no ICV e reconhece a importância de poder compartilhar o momento da maternidade. “É bom poder trocar experiências com outras mães”, afirmou.

Certificação de Referência – Em maio deste ano, o Ministério da Saúde emitiu uma certificação atestando o Instituto Cândida Vargas (ICV) como Centro de Referência Estadual para o Método Mãe Canguru.

Para a diretora multiprofissional do ICV, Teresinha de Lisieux, o certificado é de fundamental importância. “Reforça e reconhece a qualidade da atenção aos recém-nascidos prematuros de baixo peso nessa instituição e renova o compromisso do município com a redução da mortalidade materna e neonatal”, afirmou.

O ICV – No Instituto Cândida Vargas (ICV), são realizados aproximadamente 700 partos ao mês, filhos de usuárias de todas as partes do Estado. Referência em maternidade na Paraíba e considerado como um dos melhores hospitais na área no Nordeste, o instituto oferece desde acompanhamento pré-natal até um banco de leite, para os casos da mãe não conseguir amamentar.

Além de trabalhar na realização do parto, o ICV integra uma série de cuidados com a mãe e o recém-nascido. No complexo, o Banco de Leite Humano Zilda Arns ajuda crianças que necessitam de suplemento de leite materno.

Para as mães que desejam ter seu filho de forma natural, há um programa de acompanhamento e preparação para o parto normal. Uma equipe com fisioterapeutas e psicólogos informa a mãe sobre pré e pós- parto e oferece um curso de primeiros cuidados com o bebê.