Profissionais da SMS orientam sobre cuidados com o pé diabético

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Medidas como beber bastante água para ter uma pele hidratada e manter uma alimentação balanceada podem proporcionar uma vida mais saudável para o organismo. Esses cuidados devem ser observados principalmente por pessoas diabéticas, redobrando a atenção ao se tratar dos pés.

Quando a diabetes acomete os pés, é chamado de pé diabético. De acordo com o protocolo de atenção à saúde da pessoa com pé diabético, o aparecimento de dor, tumor plantar ou febre são algumas características do pé infectado. Esses sintomas nem sempre são percebidos pelo diabético. As infecções profundas na planta do pé evoluem rapidamente e muitas vezes são diagnosticadas tardiamente, quando o pé já não pode ser recuperado.

“Com a perda da sensibilidade, o diabético passa a não sentir pequenos machucados nos pés, como os causados por um sapato apertado ou a costura de uma meia. Esses machucados são a porta de entrada para bactérias e, juntando a isso, a dificuldade de cicatrização, o que já é comum a doença. O resultado muitas vezes pode ser a amputação devido a uma infecção local ou generalizada”, explicou Gerlane Farias, técnica em enfermagem do ambulatório do pé diabético do Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) de Jaguaribe.

O operador de máquinas José Raimundo Alves, 59 anos, descobriu ser portador da diabetes há seis anos. Em dezembro de 2014 foi submetido a uma cirurgia para amputação de um dos dedos do pé, necessária por causa de uma ferida causada por uma topada. “Pra mim era só um cortezinho mesmo, nunca pensei que ia chegar ao ponto de ter que perder o dedo, também nunca fui de cuidar desse jeito todo dos meus pés, nunca achei necessário, achava que só o remédio da diabetes bastava”, comentou José Raimundo.

Hoje José Raimundo faz visitas regulares ao ambulatório para manter os pés sempre bem higienizados. “Agora eu entendo a importância da higienização bem feita, já aprendi a maneira correta de fazer e quando não faço aqui no ambulatório faço em casa com todo o cuidado” completou.

Já a aposentada Malba Soares, 76 anos, sempre manteve uma preocupação especial com os pés. Diabética desde a adolescência, ela cresceu sabendo os riscos da doença. “Minha pele sempre foi muito seca e com a diabetes isso se intensificou. Na época do verão fica pior. Para evitar ferimentos e fungos estou sempre tomando os cuidados necessários, passando hidratantes corporais, bebendo bastante liquido, procuro me cuidar afinal minha saúde é mais importante” explicou à aposentada.

Além de beber bastante liquido e usar de hidratantes corporais, como faz a aposentada Malba Soares, o diabético deve tomar outras cuidados especiais como usar calçados que não machuque os pés e o deixe sempre confortável, limpar e manter sempre seco os cantos e entre os dedos, manter as unhas sempre limpas para evitar a proliferação de fungos e evitar retirar as cutículas das unhas são alguns dos cuidados básicos e que toda pessoa pode tomar.

Ambulatório do pé diabético – O ambulatório do pé diabético, referência em João Pessoa no cuidado das lesões nos membros inferiores dos pacientes com diabetes, está localizado no Centro de Atenção Integral a Saúde (CAIS) de Jaguaribe, Rua Alberto de Brito, s/n.

Para ser atendido no ambulatório, o usuário deve ser diabético e estar com algum ferimento nos membros inferiores. Ele deve procurar a Unidade de Saúde da Família (USF) mais próxima de sua residência para avaliação e encaminhamento. É necessário estar portando documento de identidade com foto, CPF, comprovante de residência e o Cartão SUS.

O ambulatório conta com uma equipe interdisciplinar de saúde, composta por cirurgião, dermatologista, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Para responder as dúvidas dos usuários e de profissionais sobre o serviço e tratamento, o ambulatório dispõe do telefone 8645-7913.

Diabetes – Diabetes é uma doença crônica resultante do desequilíbrio dos níveis de glicose no sangue. Isso ocorre quando o pâncreas não consegue produzir insulina suficiente (diabetes tipo 1) ou quando a insulina produzida pelo pâncreas não age adequadamente nas células do corpo devido a uma resistência do organismo à ação dela (diabetes tipo 2). Quando um destes problemas com a insulina ocorre, a glicose deixa de ser absorvida pelas células, o que provoca a elevação dos níveis de glicose no sangue.

A principal característica do diabetes é a hiperglicemia (elevação dos níveis de glicose no sangue), que pode se manifestar por sintomas como poliúria (excesso de urina), polidipsia (sede aumentada), perda de peso, polifagia (fome aumentada) e visão turva. Esses sinais e sintomas são mais evidentes no diabetes tipo 1. O diabetes tipo 2, em geral, é mais “silencioso” e mais comum na faixa etária dos adultos.

Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), há 371 milhões de diabéticos no mundo. Só no Brasil, que ocupa o quarto lugar em números de casos da doença, o número é de 13,4 milhões.

Prevenção – O excesso de peso, má alimentação e sedentarismo são fatores que podem provocar o diabetes. Por isso, especialistas recomendam a prática de exercícios físicos, uma boa alimentação e o controle do peso como prevenção a doença.

Dados do Ministério da Saúde apontam que mudanças de estilo de vida diminuíram em 58% a incidência de diabetes, em indivíduos com grandes probabilidades de ter a doença. Essas mudanças visavam discreta redução de peso (5-10% do peso), manutenção do peso perdido, aumento da ingestão de fibras, restrição energética moderada, restrição de gorduras, especialmente as saturadas, e aumento de atividade física regular.