Profissionais da SMS orientam que teste rápido de HIV pode salvar vidas
Silenciosa e fatal. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) já atinge aproximadamente 33 milhões de pessoas no mundo. Segundo o Ministério da Saúde, 752 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Com a probabilidade de 36 mil novos casos por ano.
O vírus da AIDS não escolhe cor, idade, nem classe social. Segundo especialistas, a saída para o problema está tanto na prevenção quanto no diagnóstico precoce.
Buscando desenvolver uma política eficiente em saúde pública, a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), oferece aos usuários serviços de testagem rápida para HIV, Sífilis, e Hepatites B e C. Todos realizados de acordo com as determinações do Ministério da Saúde (MS).
Na rede municipal de saúde, o serviço é ofertado pelo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizados no Centro de Atenção Integral à Saúde (CAIS) de Jaguaribe.
No serviço, antes de realizar o exame, o paciente é avaliado e recebe informações sobre a importância para medidas preventivas das doenças sexualmente transmissíveis. Em seguida, é coletada uma amostra sanguínea do paciente. O resultado do exame sai em 30 minutos.
Dados – Somente em 2014, o Ministério da Saúde distribuiu 6,4 milhões de testes rápidos para todo Brasil. Em João Pessoa, segundo dados da Seção de Doenças Sexualmente Transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde, em 2014, foram realizados 25.461 testes rápidos de HIV, 8.748 testes de Hepatite B e 10.611 de Hepatite C.
Clarice Pires, coordenadora da seção DST/AIDS da SMS relata que esse procedimento é de suma importância tanto para o indivíduo como para à população. “O principal é fazer com que o indivíduo conheça a própria sorologia. Quanto mais cedo ele conhece a sua situação e, se for soro positivo, mais rápido terá acesso ao tratamento”, destacou.
Ainda, de acordo com a coordenadora, quando o resultado é positivo para doença sexualmente transmissível, o usuário é direcionado para o serviço de referência. “Assim que o resultado evidenciar que o paciente possui uma DST, de imediato ele é encaminhado para os locais onde são realizados os tratamento ofertados pelo Sistema Único de Saúde. No caso do HIV/AIDS, a unidade de referencia é o Complexo Hospitalar Clementino Fraga” , completou.
Serviço – O pedreiro de 46 anos, que para preservar sua identidade vamos chamar nesta matéria de José Paulo, procurou os serviços do CTA na busca de um serviço sigiloso e de diagnóstico rápido. “Eu trabalho muito, por isso não tempo de ir ao médico com a frequência que deveria”, disse o usuário. “Minha esposa veio pegar os resultados de alguns exames no Cais e resolvemos conhecer o serviço e fazer nosso exame para saber nossa sorologia”, completou.
Após realizar o procedimento, o usuário admite que ficou apreensivo pela espera do resultado e comentou da importância do exame para à população e para o diagnóstico precoce. “Fiquei um pouco receoso até receber o resultado, já que nunca tinha feito o teste antes. Para mim, o mais importante é a orientação com a psicóloga, que nos alertou sobre os comportamentos de risco. Agora sabemos o nosso resultado. O ideal seria que todos soubessem do seu, para garantir a sua saúde e a do parceiro”, justificou.
Parcerias – Buscando proporcionar melhorias na vida de quem convive com HIV, há 10 anos, o Centro de Orientação e Desenvolvimento de Luta pela Vida Cordel Vida tem atuado no Estado com atividades que vão desde palestras em escolas e assistência, até assessoria jurídica para usuários portadores da doença.
Miro Araújo, coordenador da instituição, destaca que as organizações sociais desempenham um papel importante na consolidação de política pública de saúde. “Estamos sempre realizando acompanhamento psicossocial de modo integral aos pacientes, inclusive no hospital. Estamos empenhados juntos aos entes públicos. Acho que sem estas parcerias, não teríamos êxito na luta contra essa doença”, afirmou.
Como parte do cronograma de atividades aos portadores e familiares de HIV, ofertamos terapia ocupacional e oficinas. “Essas ações são de suma importância e contribuição como peça e continuidade no tratamento, pois é o momento em que a equipe tem a oportunidade de ouvir o usuário”, completou o coordenador. Atualmente, cerca de 400 pessoas utilizam os serviços prestados pelo Cordel Vida na Paraíba.
Profilaxia Pós-Exposição – Para pessoas que foram vítimas de violência sexual (sexo não consentido) ou tiveram relações de modo desprevenido (que possam ter tido contato com o vírus), o SUS oferece o serviço de Profilaxia Pós-Exposição (PEP), uma forma de prevenção da infecção pelo HIV usando os medicamentos que fazem parte do coquetel utilizado no tratamento da Aids.
Este atendimento busca atender pessoas que, de modo inesperado, acreditam ter contraído a doença seja com o rompimento do preservativo durante a relação, ou se profissional da saúde, tenha sofrido algum acidente de trabalho com objetos cortantes infectados. O atendimento é oferecido no Hospital Clementino Fraga e no Hospital Universitário Lauro Wanderley.
Chegando a um desses locais, o interessado será atendido por uma equipe multiprofissional composta por, dentre outras especialistas, médicos e psicólogos.
O tratamento tem a duração de 28 dias, sendo feito a partir de medicamentos que agem contra o vírus. Segundo especialistas, o ideal é procurar o serviço em até 72 horas após a exposição. Neste caso, a chance do não desenvolvimento da doença chega é de 98%.
Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) – A Rede Municipal de Saúde de João Pessoa oferta testes para verificar se a pessoa é portadora de alguma DST. Esses testes são realizados gratuitamente no CTA, que funciona de segunda à sexta-feira, das 7h às 17h, sem intervalo para almoço, no Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) de Jaguaribe, na Rua Alberto de Brito, s/n. Para mais informações o usuário pode ligar para 3214-6091.
#PartiuTeste – Prevenir, testar e tratar. Este é o objetivo da campanha lançada em 1º de dezembro, pelo Ministério da Saúde, no Dia Mundial de Luta contra a AIDS.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids 2014, 734 mil pessoas vivem com HIV e AIDS no país. Deste total, cerca de 150 mil desconhecem seu diagnóstico. Por isso, #PartiuTeste!
A epidemia no Brasil apresenta taxa de detecção em torno de 20,4 casos a cada 100 mil habitantes. Isso representa aproximadamente 39 mil novos casos de AIDS ao ano.
Todos devem se preocupar em prevenir-se contra o vírus da Aids, usar camisinha, fazer o teste e, se este der positivo, começar o tratamento.