Serviços e programas da PMJP garantem planejamento familiar
“Eu tenho três filhos de um primeiro casamento e minha companheira tem dois, ou seja, são cinco filhos. Por isso, conversamos e decidimos fazer a vasectomia.” Esse é o relato do comerciante, Ubaldo Rivera, de 53 anos, que passou por um procedimento de vasectomia em 2014. “Eu me informei e fui encaminhado para o Hospital Santa Isabel, onde realizei a cirurgia. Primeiro tive orientação com a psicóloga, em seguida, realizei uma série de exames para marcação da cirurgia”, completa.
O usuário não teve nenhuma despesa. A vasectomia está incluída nos programas de planejamento familiar da Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa (SMS). Estas ações auxiliam os usuários que pretendem ter filhos e também quem prefere adiar o crescimento da família, além de evitar uma gravidez não planejada.
“Fui muito bem atendido pelos profissionais e recomendo. É muito bom ter filhos, eles nos preenchem de amor. Sobretudo, é importante dá educação, garantir a saúde, bem estar. Quando não há planejamento, devido à falta de informação, de forma irresponsável as crianças são levadas ao abandono, sem estudo e se perdendo no mundo”, complementou o comerciante.
O coordenador da área técnica de saúde do homem, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Késsio Brito, também destaca a importância de planejar a família. “O planejamento familiar é o ato de projetar o nascimento dos filhos, tanto em relação ao número desejado, quanto à ocasião mais apropriada de tê-los”, pontuou.
Cirurgia simples com recuperação rápida- A vasectomia é uma cirurgia simples que interrompe a passagem dos espermatozoides. Após anestesia local, é feita uma pequena incisão para localizar os canais deferentes, por onde passam o sêmen com os espermatozoides. Eles são cortados e depois amarrados. Por fim, o médico fecha o pequeno corte. O procedimento costuma ser rápido e pode ser realizado até em ambulatório, sem necessidade de centro cirúrgico.
Mas, a vasectomia não é o único método contraceptivo que auxilia no planejamento familiar, ofertado pela Prefeitura Municipal de João Pessoa. Na rede municipal de saúde, há ainda a distribuição de preservativos, pílulas, injeções, diafragma, DIU e realização de laqueadura no Instituto Cândida Vargas.
“O planejamento da vida sexual e reprodutiva faz parte das ações da Rede Cegonha. Há um ano, implantamos o protocolo para todas as Unidades de Saúde da Família (USF), Unidades Básica de Saúde (UBS), Centros de Atenção Integral à Saúde (CAIS) e Maternidades vinculadas”, explica Tânea Lucena, coordenadora da área técnica da saúde da mulher, da SMS.
Ainda de acordo com a coordenadora, o fluxo se dá a partir do momento que a adolescente, a mulher, o homem ou o casal decide planejar sua vida sexual. A porta de entrada, para ter acesso aos serviços, são as Unidades de Saúde da Família do município.
“Temos todos os métodos disponíveis na rede municipal, do preservativo a laqueadura ou vasectomia. Nas USFs e UBS temos o preservativo, a pílula combinada, a minipílula, a contracepção de emergência, a injetável mensal, a injetável trimestral e o diafragma”, informou Tânea Lucena.
“Para implantação do dispositivo intra-uterino (DIU) a mulher é encaminhada para o Instituto Cândida Vargas (ICV) ou para o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), mas vamos ampliar esta oferta para os CAIS. Já para a contracepção definitiva, a mulher e o homem são encaminhados, de forma regulada, para os serviços nos hospitais municipais e lá é agendada a cirurgia”, complementou Tânea Lucena.
A jovem Luciana Matos, de 26 anos, aproveitou a cesárea do quinto filho para fazer a laqueadura. Ela realizou a cirurgia no Instituto Cândida Vargas (ICV). “Como o parto tinha que ser cesárea, e eu já tenho outros quatro filhos, optei pela laqueadura. Foi bom, porque não tive que fazer duas cirurgias. O atendimento aqui foi maravilhoso, estou muito satisfeita com o resultado”, relata Luciana, que acabou de dá a luz a Fabiana, que nasceu saudável, com aproximadamente três quilos.
Planejamento familiar – Para que a mulher realize a laqueadura ou o homem a vasectomia, é preciso que eles atendam os critérios previstos na Lei nº 9.263/96, que trata do planejamento familiar.
De acordo com a lei, somente é permitida a esterilização voluntária em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce.
“A atenção em planejamento familiar implica não só a oferta de métodos e técnicas para a concepção e a anticoncepção, mas também a oferta de informações e acompanhamento, num contexto de escolha livre e formada”, concluiu a coordenadora da área técnica de saúde da mulher.