População pode ajudar Vigilância Ambiental nas ações de combate à dengue
Luís Sousa
Mesmo com a intensificação nas ações de combate à dengue pelo Centro de Vigilância Ambiental e Zoonoses (Cvaz), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) notificou, no mês de maio em João Pessoa, 1.569 casos da doença. O período chuvoso colaborou para o aumento das notificações, mas o apoio da população é essencial para a redução do número de casos.
“Não se consegue fazer controle de doenças sem a participação da população. Para tanto, os moradores podem ligar para 3214-5718, solicitando os serviços ou dando informações sobre localidades onde há incidência de mosquito, caracol ou qualquer animal que esteja trazendo desconforto ou risco à saúde dos usuários”, enfatiza Nilton Guedes, gerente do Cvaz.
O Centro de Vigilância Ambiental tem trabalhado diariamente no controle do mosquito Aedes aegypti e outras pragas, realizando, também, ações de conscientização da população através de palestras e reuniões em escolas, condomínios, empresas, prédios, entre outros locais. Por ano, a equipe chega a realizar mais de 600 mil visitas a domicílio.
“Existe uma programação de rotina do agente de vigilância ambiental, durante todo o ano, para que sejam realizadas ações educativas e resolutivas. Também trabalhamos na identificação de locais com grande oferta de criadores, como borracharias e sucatas. Outra ação de rotina do Cvaz é a aplicação de inseticida com máquinas motorizadas ou manuais”, explicou o gerente.
Nas ações educativas, a equipe que faz a visita domiciliar explica, principalmente, onde os focos do mosquito podem se reproduzir. “Cerca de 80% dos focos de dengue estão nos quintais das residenciais, mas as pessoas não podem esquecer de olhar a água atrás da geladeira ou no aparador do bebedouro, a água do ar condicionado, no box do banheiro, entre outros locais que os mosquitos utilizam para se reproduzir. Às vezes até a lona que foi utilizada para cobrir algo, se não bem esticada, pode gerar poças de água e consequentemente ser um criadouro”, explicou o agente de vigilância ambiental, João Paulo Silva.
Lourdes Andrade, moradora da Comunidade da Liberdade, na Torre, conta que aprende a cada visita dos agentes. “Antes eu não sabia como fazer para evitar a dengue e outras doenças, mas cada vez que os agentes passam, eles acabam com os mosquitos e ainda ensinam pra gente o que é a dengue, como cuidar do quintal, das flores que ficam na santinha e como evitar qualquer água parada”, enfatizou a moradora.
Para Alexsandra Andrade, que é agente de vigilância ambiental da Secretaria Municipal de Saúde há 18 anos, a receptividade do trabalho da equipe é maior nas comunidades mais carentes. “Temos muitas dificuldades de acesso às casas nos bairros nobres. Nas comunidades, a população é mais receptiva, seguem nossas indicações e colaboram com nosso trabalho, avisando sobre possíveis focos do mosquito e seguindo as orientações para evitar os criadouros”, relatou a agente.
Na Comunidade da Liberdade, os agentes são tratados como se fossem da família e os moradores reconhecem a importância do trabalho realizado por eles. “Não tem nem como imaginar como seria a cidade sem o trabalho deles. Iríamos viver com dengue o tempo todo”, afirma a moradora Eleonora Ramos.
Mosquito – O Aedes aegypti pode viver 35 dias, mas seus ovos podem sobreviver até 450 dias. O mosquito prefere locais úmidos e basta alguns milímetros de água para eles eclodirem e, em uma semana, transformarem-se em mosquitos adultos.
“Uma fêmea do mosquito precisa acasalar apenas uma vez para se tornar fértil. Em média, ela põe ovos a cada três dias. Alguns autores relatam que se viver 35 dias, ela pode produzir 1500 ovos. E para preservar a espécie, a fêmea procura distribuir os ovos em diversos locais”, explicou Nilton Guedes.
Disque Dengue – Para mais informações sobre a doença ou denúncia de possíveis criadouros, a população pode entrar em contato com o serviço Disque Dengue ligando 3214-5718.
Dados – De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica da SMS, entre os meses de janeiro e maio deste ano, foram registrados 2.628 casos de dengue em João Pessoa. Neste período, o bairro de Mangabeira é o local com o maior número de notificações, 239 casos. Na sequência estão os bairros do Cristo Redentor, Valentina Figueiredo, Indústrias e Jaguaribe.
Confira a relação dos bairros com maior número de casos de dengue:
Mangabeira – 239
Cristo Redentor – 171
Valentina Figueiredo – 170
Bairro das Indústrias – 145
Jaguaribe – 132
Funcionários – 89
Bancários – 86
Torre – 83
Gramame – 82
Ernesto Geisel – 77