Turbantes feitos por mulheres do Quilombo Paratibe são fotografados para editorial de moda

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Larissa ClaroDSC_7872

Já esta no ar o novo editorial de moda produzido com exclusividade para o Portal da Estação da Moda (estacaodamoda.joaopessoa.pb.gov.br) . A coleção “Turbante adiante” é resultado de uma oficina ministrada pelo coordenador da Estação, o estilista Romero Sousa, durante a 2ª Semana de Afirmação da Identidade das Mulheres Negras, promovida pela Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres da Prefeitura de João Pessoa.

Cerca de 15 moradoras da comunidade Quilombo Paratibe participaram da oficina “Reminiscência, Cores e Formas”, realizada no mês de julho e que resultou na confecção de 10 turbantes. O acessório é um símbolo da cultura e da beleza negra, embora também esteja associado a cultura oriental.

Com produção da Estação da Moda e fotografia de Dayse Euzébio, o ensaio foi realizado no Jardim Botânico da capital, com a colaboração da modelo Andrea Nóbrega e maquiagem de Mariana Mendonça. Foram utilizados na criação dos acessórios malha, tinta para tecidos e miçangas.

Para o coordenador da Estação da Moda, a oficina teve grande importância para a comunidade, já que despertou nas moradoras o orgulho em resgatar uma tradição secular. “A comunidade absorbeu rapidamente a proposta e foi muito criativa na confecção de cada acessório. Surgiram turbantes diferenciados e que onde elas vão poder usar no seu dia a dia”, ressaltou Romero Sousa.

Sobre turbantes – No Brasil, o adereço chegou pelas mãos dos africanos, mas se popularizou no final dos anos 30, quando atrizes de Hollywood apareceram retratadas com turbantes glamorosos. A atriz Carmen Miranda foi uma das que adotou o lenço no seu figurino. Nos anos 60, o turbante ressurgiu como símbolo da cultura negra, nos movimentos que lutavam pelos direitos civis. Hoje, muitas mulheres adotam o adereço por achar prático ou bonito, mas também como elemento de afirmação cultural.