Prefeitura entrega revitalização da Praça da Independência nesta sexta-feira
Dina Melo e Felipe Silveira
A cidade de João Pessoa vai ter de volta um de seus principais cartões-postais completamente restaurado. É que serão entregues nesta sexta-feira (11) as obras de revitalização da Praça da Independência, no Tambiá. A solenidade será realizada às 9h, com a presença do prefeito Luciano Cartaxo e auxiliares. A reforma contempla intervenções paisagísticas, urbanísticas e patrimoniais.
“A Praça da Independência é uma das mais importantes da nossa Capital, pelo valor histórico e artístico que guarda para os pessoenses”, afirma o prefeito Luciano Cartaxo. “Com isso, conseguimos trazer as famílias de volta aos espaços públicos, tanto para a prática de atividades físicas, quanto para o seu envolvimento cultural”, complementa.
Os monumentos do obelisco central e o busto de Otacílio de Albuquerque, erguidos em pedra granito, também passaram por reforma. Saltam aos olhos o coreto revitalizado, que ganhou pintura, novas escadas e um elevador para os portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida. O traçado externo também ganhou calçadas restauradas e a substituição da iluminação pública de vapor de sódio (de cor amarelada) por lâmpadas de vapor metálico (brancas). A obra também inclui a instalação de 54 novos bancos, pintura dos meios-fios e novos gradis no entorno.
De acordo com o secretário de Planejamento, Zennedy Bezerra, parte da obra foi realizada através de Parceria Público-Privada (PPP). “A união de esforços entre poder público e a sociedade, por meio da contrapartida social, é um caminho para realização de iniciativas que visam a contribuir para o bem da população”, destaca, acrescentando que o projeto recebeu aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphaep).
Respiro verde – Para quem vive do comércio local, a ampla reforma representa não só um respiro ante a agitação urbana, como pode se reverter em maior clientela. “Antigamente, a praça sofria com o abandono e a ação de criminosos, o que intimidava a visitação. Hoje, vejo mais visitantes e a curiosidade geral em torno do trabalho que ficou”, compara Willams Sales, dono de uma floricultura que funciona no coreto. “Apesar do antigo estado de sucateamento, sempre frequentávamos aqui. Agora, que ela está mais bela e arborizada, creio que atrairá ainda mais gente”, espera o estudante Daniel Martins.
Mosaico vegetal – O paisagismo da Praça da Independência é um capítulo à parte. Iniciadas em março deste ano, as obras partiram de um rigoroso mapeamento dos 24 canteiros internos e externos, consistindo, em sua primeira etapa, na realização de podas de limpeza e conformação, mais um levantamento de todo o seu plantel arbóreo – vez que o verde da paisagem é o seu bem mais característico.
“A segunda fase contemplou a preparação do solo, com a eliminação das espécies daninhas, e a instalação de um sistema de irrigação automatizado no subsolo – mais seguro contra a ação de vândalos”, revelou o secretário de Desenvolvimento Urbano, Hildevânio Macedo. “Depois, seguimos com a abertura dos canteiros, o nivelamento do solo, a colocação da terra de jardim (de grama-esmeralda) e o trabalho de acabamento”, enumera Sérgio Chaves, diretor de paisagismo da Sedurb.
As espécies utilizadas na cobertura vegetal são um mosaico multicor em meio ao verde predominante: são exemplares arbóreos, herbáceos e arbustivos, contando com ixóras vermelhas e amarelas, helicônias, dianelas, dracenas, arcas de Noé, panamás vermelhos e assistácias. “Registrei em meu celular toda a evolução do trabalho paisagístico e posso dizer que é um orgulho ter feito parte desta equipe”, testemunha Marcos Antônio da Silva, que integrou a força-tarefa de 15 jardineiros encarregados da etapa de embelezamento.
História – Inaugurada em 1922, durante as comemorações do Centenário da Independência do Brasil, a Praça foi projetada pelo arquiteto Hermenegildo di Lascio, que se inspirou no traçado geométrico típico francês. Os ideais republicanos influenciaram o projeto arquitetônico e, por isso, cada elemento seu guarda um significado: os bancos, originalmente em número de cem (para cada ano do Centenário), o quadrante em referência às quatro regiões geográficas do País à época e o obelisco, escolhido para simbolizar a luta pela Independência. Já os caminhos que cruzam a praça em X, reverenciam a bandeira da Inglaterra, berço do pensamento libertário.
O tombamento foi realizado em 26 de agosto de 1980. A praça foi planejada durante o processo de modernização da cidade e simboliza, junto com a Avenida Epitácio Pessoa (de cujo início parte), a expansão urbana rumo à orla.