Rede Escola do Hospital do Valentina promove palestras sobre a doença falciforme

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Rebeka Paivafoto.Ivomar Gomes Pereira (14)

Em alusão à semana da consciência negra, comemorada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) até a sexta-feira (27), a Rede Escola do Hospital Municipal do Valentina (HMV) realizou na manhã desta terça-feira (24) palestras sobre a doença falciforme e o racismo. As palestras foram realizadas no auditório do hospital e teve como público os estagiários das Instituições de Ensino Superior, os médicos preceptores dos estagiários e os funcionários do hospital.

De acordo com a coordenadora da área técnica da saúde da população negra, Perla Figueredo, essas palestras são fundamentais, já que a doença ainda é tratada com preconceito. “Estamos trabalhando a identificação das hemoglobinopatias que constituem uma das mais frequentes doenças genéticas que acometem as crianças e adolescentes e dentre elas a Anemia Falciforme. A partir disso podemos dar visibilidade à doença, sensibilizando os profissionais da saúde e consequentemente a população, quebrando os tabus existentes em torno do assunto” comentou.

Perla lembra, ainda, que a doença é hereditária, ou seja, acontece quando os pais transferem essa característica para os filhos, podendo desenvolver apenas a herança genética ou a doença, com presença de sinais e sintomas, sendo assim não há outras formas de contágio.

As palestras foram ministradas pelo pediatra e reumatologista do HMV, Evaldo Gomes, que falou sobre o “Manuseio da Dor” e pela coordenadora da saúde da população negra, Perla Figueredo, que explicou sobre a “Rede de Atenção à Pessoa com Doença Falciforme”.

A diretora do Hospital Municipal do Valentina, Carmem Gadelha explica a importância de falar sobre a doença, principalmente aos profissionais do hospital, já que a doença falciforme faz parte do dia – a – dia de atendimentos do HMV.

“Estamos trazendo a reflexão sobre a consciência negra e a anemia falciforme, é preciso uma conscientização maior por parte dos profissionais, dos estudantes da área de saúde e da população em geral sobre essa patologia, que só é considerada doença quando não bem orientada aos seus portadores, se houver uma orientação bem feita essas pessoas são apenas consideradas portadoras e podem viver suas vidas normalmente”, explica a pediatra.

Serviço – Os Hospitais do Valentina e o Ortotrauma de Mangabeira são porta de entrada para pacientes em crise aguda de dor. Sendo o HMV é referencia no tratamento para a anemia falciforme em crianças e o Ortotrauma para o tratamento em adultos.

Programação – As atividades da Semana da Consciência Negra da SMS seguem até a esta sexta-feira (27).

Quinta-feira (26/11)

10h às 12h – Palestra na FCM para alunos do curso de Farmácia sobre a Política Nacional de Saúde da População Negra

Sexta-feira (27/11)

Oferta de serviços na Feira da subprefeitura da Penha.

Doença Falciforme – A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária, predominante em negros, mas que pode manifestar-se também nos brancos. Ela se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica, adquirem o aspecto de uma foice (daí o nome falciforme) e endurecem o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e a oxigenação dos tecidos.

As hemácias falciformes contêm um tipo de hemoglobina, a hemoglobina S, que se cristaliza na falta de oxigênio, formando trombos que bloqueiam o fluxo de sangue, já que não possuem a maleabilidade da hemácia normal.

Para mais informações, o usuário pode ligar para área técnica de saúde da população negra da SMS pelo 3214-7955.