Casos de Otite aumentam e crianças e idosos são as principais vítimas

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Nayanne Nóbrega

O aumento da temperatura no Verão e as férias escolares estimulam a procura por praias e piscinas, mas quem passou pelo incômodo de ter água dentro dos ouvidos após um mergulho sabe bem o quanto é ruim. O problema é comum, mas precisa de atenção já que o descuido pode fazer com que se desenvolva a Otite, doença que acarreta inflamações e infecções no canal auditivo. De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), nos últimos 10 anos, 27 paraibanos morreram por otite no Estado, sendo oito mortes em João Pessoa.

De acordo com o otorrinolaringologista, Alexandre Machado, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), é preciso estar atento aos danos que podem ocorrer aos ouvidos. “O tipo de otite mais comum é causado por germes e fungos presentes na água e, nesses casos, as maiores vítimas são as crianças e idosos com mais de 60 anos. Por isso, a prevenção é o melhor remédio. O uso de protetores de ouvido pode servir como precaução contra a entrada de água, mas o principal cuidado é ao limpar os ouvidos. O ideal é limpar apenas a área externa da orelha com a toalha”, explicou.

Segundo o especialista, a otite externa geralmente está associada à umidade nos ouvidos. “Muitas bactérias podem gerar otite externa. O calor, a umidade, a entrada de água ou substâncias irritativas, assim como lesões geradas pala limpeza do ouvido, facilitam a ocorrência da infecção. A limpeza do ouvido com cotonete pode empurrar os detritos para o interior do canal, onde ficam acumulados, facilitando a retenção de água, que pode gerar a proliferação das bactérias e fungos. O uso do cotonete também pode causar lesões no ouvido e até perfuração do tímpano”, alerta Alexandre Machado.

Ainda de acordo com o médico, a natação em piscinas aquecidas e com cloro, disfunção imunológica, são mais alguns dos motivos frequentes da otite. Já o tabagismo passivo pode está associado aos casos de otite média. “Em casos de coceira, rolha de cera ou cerume, o ideal é ir ao médico para fazer uma lavagem e uma análise mais aprofundada antes de começar a curtir as praias e piscinas. Evite o uso do cotonete, se possível não use nunca, pois o excesso de cera dos ouvidos será expulso naturalmente ou absorvido pelo próprio organismo. O cotonete foi desenvolvido no século XX com o objetivo de auxiliar na aplicação de remédio em ferimentos e não para limpar ouvido”, ressaltou Machado.

Otite – É a inflamação do órgão da audição. Segundo médicos, conforme sejam atingidas essas diferentes porções do ouvido, a otite será de maior ou menor gravidade, recebendo também nomes diferentes, como otite externa (apenas ouvido externo inflamado), otite média (apenas ouvido médio inflamado), e otite interna, esta a mais grave, pois atingindo os canais semi-circulares, determinará transtornos do equilíbrio por ser esse o órgão responsável pelo nosso sentido espacial. Atingindo a cóclea, a doença será reconhecida como labirintite (uma vez que este órgão também é chamado de labirinto).

Causas e Tipos de Infecção – Germes ou fungos infecciosos, que podem estar na água de piscinas ou de chuveiros, quando instalados nos ouvidos, causam a inflamação. A otite externa é uma infecção do canal auditivo. Outros tipos de otite ocorrem no ouvido médio e no interno: otite média aguda, causada pela infecção do ouvido médio produzida por vírus ou bactéria; otite média secretora, que ocorre quando existe líquido acumulado no ouvido médio pela obstrução da trompa de Eustáquio ou uma otite média aguda mal curada; otite média crônica, referente à infecção constante produzida por uma lesão irreversível do tímpano.