Saiba como detectar os sintomas de infarto e AVC e agir até o socorro chegar
Aprender a identificar em pouquíssimo tempo os primeiros sintomas de uma parada cardíaca ou de um derrame (ou AVC – acidente vascular cerebral), pode ser decisivo entre garantir a vida ou a morte de uma vítima. Por isso, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) apresenta algumas recomendações sobre como proceder diante de quadros de urgência como estes.
“Para o caso de um AVC, é preciso estar atento a alguns sinais: verificar se o paciente entortou a boca para um dos lados, se tem dificuldades ao falar ou apresenta um dos lados do corpo paralisado – estado caracterizado como parestesia -, são indicativos”, aponta a médica reguladora Ivna Nunes, que situa a doença no topo da lista dos casos clínicos registrados pelo serviço na Capital.
Todos os sintomas devem ser relatados à central de atendimento do Samu, que é acionado pelo telefone 192. “A partir desta triagem, enviamos uma ambulância ao local, que fará o atendimento até a chegada ao Hospital de Emergência e Trauma Humberto Lucena, referência neste tipo de urgência”, diz.
O derrame é diagnosticado apenas pelo exame de tomografia computadorizada de crânio, que faz uma radiografia do órgão. Depois de internado, o paciente ficará em observação por 12 horas, para monitoramento da pressão arterial e índice glicêmico, que costumam oscilar bastante. A doença atinge com mais frequência a faixa entre 60 e 80 anos, mas tem sido cada vez mais recorrente em pessoas mais jovens, devido a fatores de risco e comorbidades, como diabetes, histórico familiar propenso, estresse e hábitos de vida desfavoráveis (o sedentarismo, fumo e obesidade também contribuem).
Em caso de infarto – “Os sinais mais comumente associados ao infarto começam em suor excessivo, dores (típicas quando acometem o peito, pescoço, mandíbula e braço esquerdo, ou atípicas, quando atingem as costas ou o estômago) e pressão arterial alterada (seja para mais ou para mais)”, explica a clínica, que atenta para uma diferença: “Para caracterizar um possível infarto, esta sintomatologia costuma vir de súbito, e não se arrastar por dias. As pessoas, muitas vezes, confundem uma dor crônica, insistente e demorada, com uma aguda, que é sinal de que algo não está bem”. Em todo o caso, ao acionar o socorro, é providencial informar se o paciente sofre de alguma doença preexistente.
O eletrocardiograma é o exame que detecta o quadro de parada cardíaca. O atendimento público municipal começa na ambulância, passa pelas unidades de prontoatendimento da Capital (como a UPA Valentina ou Oceania) e termina no Hospital Municipal Santa Isabel, Dom Rodrigo ou Monte Sinai – a depender das especificidades de cada caso.
“O Santa Isabel, que é uma das unidades de emergência referenciadas no caso, possui capacidade de seis leitos em sua UTI e sete na urgência”, informa a médica Yuzeth Nóbrega de Assis Brilhante, diretora técnica. Assim como o AVC, o infarto é detonado pelos hábitos de vida do paciente e acúmulo de estresse.
“A prevenção ainda é o melhor remédio. Ao adotar uma vida mais saudável, como se alimentar bem e praticar exercícios físicos, abandonar vícios, e evitar a automedicação, é possível reduzir em muito o risco de um derrame ou problema no coração no futuro”, avalia Ivna.
O fotógrafo Cornélio Felipe, 62 anos, se considera um sortudo depois de ter ignorado dois sinais de alerta antes de o coração parar: “Comecei a passar mal no dia 20 de dezembro último; uma forte dor no peito que ignorei com repouso. Na véspera de Natal, o mal-estar se intensificou, com a volta das dores, suor frio e uma sensação de incômodo que me impossibilitava de fazer qualquer coisa”, lembra. Cinco dias depois, veio o infarto.
O fotógrafo, que foi submetido a uma cirurgia de angioplastia e implantação de um cateter, disse que não atentou às taxas de colesterol elevadas e ao histórico familiar propenso, mas se diz hoje 100% recuperado e mais cuidadoso daqui para a frente. “Hoje estou bem, vivo e muito feliz”, emociona-se.