Técnica de enfermagem é a primeira condutora da motolância do Samu da Capital
Eliabe Castor de Castro
A mulher vem conquistando, a cada dia, postos de serviços antes exclusivos para homens. Uma dessas “desbravadoras” é a técnica de enfermagem Maria José de Carvalho Costa, que, no último dia 3, passou a integrar a equipe de condutores de motolâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de João Pessoa. Primeira a exercer a função em João Pessoa, ela enfatiza que, independente do sexo, a capacidade é a mesma, desejando que outras localidades do Estado sigam o exemplo.
“Estou no Samu desde 2003 e sempre tive motos. Era meu sonho conduzir uma motolância. A oportunidade surgiu agora, e, claro, aceitei imediatamente”, frisou Maria José, após um largo sorriso. A técnica de enfermagem informou que, antes de assumir a função, foi submetida a um curso obrigatório do Ministério da Saúde, a fim de analisar seu desempenho sobre veículos de duas rodas. Ministrado na cidade do Recife, a capacitação tem como objetivo orientar o condutor sobre pilotagem defensiva e preventiva, pilotagem avançada em “On Road” e “Off Road”.
Com essa capacitação, os condutores das motolâncias aperfeiçoam as técnicas de pilotagem avançada em motocicleta, prevenindo assim possíveis acidentes no momento que estão se encaminhando para ocorrências. Maria José disse não ter tido dificuldades no treinamento, observando que policiais militares, guardas municipais e outras instituições que utilizam motocicletas também são submetidas ao curso.
Antes de atuar na motolância, Maria José exercia suas funções nas Unidades de Suporte Avançado (USA) – UTIs móveis usadas em casos mais graves, e nas Unidades de Suporte Básico (USB). “Hoje meu papel é chegar antes das ambulâncias. Por ter maior mobilidade no trânsito, sempre que há uma ocorrência são enviadas duas motolâncias para oferecer os primeiros socorros ao paciente e estabilizar seu quadro. Chegamos em média cinco minutos antes. Pode parecer pouco tempo, mas, em muitos casos, cada segundo pode definir se o paciente irá sobreviver ou não”, observou.
Basicamente, a motolância dispõe de um desfibrilador, utilizado em paradas cardiorrespiratórias, colar cervical, kit parto, contendo gazes, cobertor térmico e outros acessórios para o procedimento, além de uma bolsa clínica dotada de cilindro de oxigênio, medicamentos, ataduras, pinças e outros objetos para o fim. O serviço de motolância foi implantado na Capital no ano de 2011, e possui 21 condutores e sete motos. Para acionar o Samu o cidadão deve ligar o número 192. A ligação é gratuita.