Secretaria de Saúde garante assistência para pessoas com deficiência na Rede SUS da Capital

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Juneldo Moraes

foto Ivomar Gomes Pereira (8)Um lugar que acolhe usuários e familiares. Assim é o Centro de Referência Municipal de Inclusão para Pessoa com Deficiência, que este mês completou dois anos na nova sede. Com uma equipe formada por 44 profissionais de diversas áreas, ligados à secretaria de Saúde (SMS), Secretaria de Educação (Sedec) e Secretaria do Desenvolvimento Social (Sedes), o Centro atende atualmente 310 usuários, incluindo crianças diagnosticadas com microcefalia.

De acordo com Nadja Núbia Marquez, coordenadora da Área de Saúde, o Centro atende pessoas de zero a 18 anos por demanda espontânea, mas é preciso agendar a triagem, onde é identificado a necessidade de cada criança, bem como o grau de sua deficiência. Os usuários também são encaminhados pelas escolas e pelas Unidades de Saúde da Família (USFs).

“Nós não atendemos transtorno psiquiátrico nem a deficiência visual. Na Rede, há outra unidade responsável por essa demanda. Também não atendemos hiperatividade nem déficit de atenção, já que não são consideradas deficiências. Esses casos são encaminhados para as escolas em suas respectivas salas de recursos, bem como nossos parceiros que são UFPB,Unipê e Facene, para que elas trabalhem essas particularidades”, explica Nadja Marquez.

Nadja diz que quando foi feito o plano de enfrentamento da microcefalia a equipe do Centro passou em todas as maternidades explicando o procedimento. “Nasceu um bebê na maternidade, seja ela do município, particular ou do Estado, com microcefalia, imediatamente a equipe da maternidade entrega um formulário de referência  à mãe da criança, que vai à USF. O pessoal da unidade liga para a gente e agenda a consulta com a neuropediatra, dai em diante tomamos todos os encaminhamentos necessários aquela criança”, afirma.

Progressos – Para Nadja, os avanços são perceptíveis principalmente nos autistas, que quando chegam ao Centro são pouco acessíveis. “Ele não responde aos comandos. Então quando conseguimos adentrar ao mundo deles, registramos em vídeo para usarmos internamente como incentivo as nossas ações. Nossa satisfação é imensa quando os pais dizem que os filhos não conseguia ir pra escola, mas que agora vão. A gente vê um retorno positivo deles”, relata.

foto Ivomar Gomes Pereira (10)“Nós trabalhamos os avanços que o usuário pode ganhar. O tempo de permanência dele é uma incógnita, mas não costumamos deixar só no individual. Quando percebemos que o usuário atingiu um determinado patamar, nós formamos um grupo com aquelas patologias que podem ficar juntas e vamos trabalhar em conjunto. Trabalhamos em um só espaço a Educação Física, Psicologia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional ”.

As palavras de Nadja são comprovadas no progresso de Railson. Quando chegou ao Centro, em março deste ano, o menino, que tem autismo, tinha dificuldades para se relacionar com outras pessoas e também para se comunicar. Passados três meses, ele já apresenta progressos na convivência com outras pessoas e se comunica com os colegas da terapia do Centro, onde é atendido toda quinta-feira pela psicóloga, antes de seguir para o grupo.

Segundo Francisca Fátima Plácido, mãe de Railson, hoje ele aguarda com expectativa o dia do atendimento. “O problema dele é a socialização com outras crianças, ele não interage muito. Por ele ser a única criança em casa, ele sente falta dessa convivência. Aqui no Centro ele fala quando vê um coleguinha, ele já interage. Ele gosta de participar do grupo e fica na expectativa na quarta-feira, antes do dia de atendimento”, conta Fátima.

Acolhida – No Centro de Referência Municipal de Inclusão para Pessoa com Deficiência, usuários e acompanhantes têm direito à refeição. São oferecidas três refeições diárias. Como as pessoas costumam chegar cedo, pela manhã, antes dos atendimentos, é oferecido um café. O almoço é servido às 11 horas. Os usuários vão para o refeitório e depois são liberados. Para aqueles que são atendidos no período da tarde é oferecido um lanche reforçado.

Apoio aos familiares – Os responsáveis pelos usuários também recebem auxílio dos funcionários do Centro de Referência. “Como o Centro é a junção de três secretarias, o quadro de profissionais que trata o usuário também consegue dar apoio às mães. A Psicologia é um bom exemplo disso. Como nós temos cinco psicólogos, três nós destinamos aos usuários e dois para dar auxílio às mães”, ressalta a coordenadora de Saúde do Centro.foto Ivomar Gomes Pereira (6)(1)

Atividades extras – Mas o Centro também oferece uma programação de lazer e entretenimento aos usuários. Duas vezes por ano, no período das férias, eles saem para atividades externas que fortalecem a integração com os profissionais da unidade com os quais convivem durante todo o ano.

“Nos meses de janeiro e julho nós realizamos uma colônia de férias. Eles passam o ano inteiro aqui dentro no atendimento sistemático, então preferimos trabalhar nesses dois meses só a parte lúdica. Fazemos uma escala de passeios em parceira com a Secretaria de Educação e Desenvolvimento Social, que cede os ônibus para passeios no Litoral, na Fortaleza de Santa Catarina e outros pontos turísticos do Estado”, conta Nadja.

Localizado na Rua Otto Feio,161, no conjunto Pedro Gondim (próximo ao Grupamento de Engenharia), o Centro de Referência Municipal de Inclusão para Pessoa com Deficiência funciona de segunda à sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h e às quartas e sextas-feiras para atendimento às crianças com microcefalia.