SMS alerta tatuadores e aplicadores de piercing para necessidade de licença da Vigilância Sanitária
Juneldo Moraes
Técnicos da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vão participar da Expo Tattoo, que será realizada nos dias 3 e 4 de julho, no Espaço Cultural José Lins do Rego. O evento é uma convenção, que reunirá tatuadores de todo país, que exercem atividades de tatuagens e piercing. A programação conta também com um concurso de tatuagens.
Durante todo evento, a Vigilância Sanitária de João Pessoa estará com um stand, com exposição de materiais educativos e de conscientização de saúde pública, orientando para os cuidados necessários que devem ter os profissionais que exercem as atividades de tatuagens e aplicação de piercings.
A procura por tatuagem, uma das formas de modificação do corpo mais conhecidas, aumentou bastante nos últimos anos, assim como o número de pessoas que usam piercing. Mas nem todos que procuram esses serviços sabem que, para funcionar, os estúdios precisam ter uma licença da Vigilância Sanitária Municipal. Essa licença é a garantia de que os procedimentos estão dentro dos padrões estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com o gerente da Vigilância Sanitária Municipal, Alberto José dos Santos, essa licença segue um padrão para todos os estabelecimentos que trabalham com serviços de saúde ou com serviços de interesse à saúde, como os tatuadores e os aplicadores de piercing. “Esses profissionais trabalham com procedimentos invasivos e isso faz com que essas atividades sejam submetidas à regulação pela Vigilância Sanitária”, explica Alberto.
Alberto diz que em relação a estúdios que ainda não têm a licença, a Vigilância Sanitária atua por denúncia ou por busca ativa. Essa busca é quando se descobre um local que ainda não foi vistoriado. Nesse caso, é feita uma programação e os técnicos vão até esse estabelecimento para verificar as condições de funcionamento para garantir um ambiente seguro, reduzindo o risco de contaminação de clientes e profissionais da área.
“A Vigilância Sanitária cumpre o seu papel. Se a gente recebe uma denuncia e verifica que ele não está regulado, mas está procedendo e maneira correta, que tem cuidado nos com os produtos e equipamentos nós vamos notificá-lo e ele terá um prazo para se regularizar. O estabelecimento só será fechado se ele não se adequar. O objetivo não é impedir o funcionamento dos estúdios de tatuagem e piercing, mas garantir a qualidade do serviço oferecidos por eles”, afirma.
Estúdio licenciado – Um dos profissionais que têm a licença da Vigilância Sanitária é Haroldo Alves Santos, do estúdio Haroldo’s Tattoo, um dos artistas mais conhecidos da área em João Pessoa. No estúdio dele todos os materiais (luvas, batoques, palitos) são guardados em recipientes fechados e identificados com etiquetas. A luminária, a máquina e o borrifador de água são embalados com filme de PVC e os recipientes de tinta são todos lacrados.
Segundo Haroldo, ele não se preocupava com a organização do ambiente, como manter o material identificado. Mas tudo melhorou depois que adotou essa prática e recebeu a licença da Vigilância Sanitária. “Depois que eu passei a identificar todos os materiais, o cliente vê a organização estúdio e sente segurança no meu trabalho. As tintas, por exemplo, eu uso apenas as produzidas no Brasil, todas certificadas pela Anvisa”, conta o tatuador.
Haroldo conta que recebeu orientação dos agentes da Vigilância Sanitária de como proceder. “Eu pegava com a luva em tudo. Hoje eu sei que depois que colocar a luva só posso pegar nos equipamentos que estou usando. Aqui é como um consultório odontológico, terminado o procedimento, todo o material utilizado tem ser descartado. Se você entrar em um estúdio de tatuagem e não tiver esse procedimento saia o mais rápido possível”, diz.
Para o advogado Tiago Ramalho, que já era cliente de Haroldo e voltou ao estúdio para fazer outra tatuagem, a organização do local foi fundamental para a escolha do estabelecimento e do profissional com quem faria suas tatuagens. “Já tinha ouvido falar bem do trabalho de Haroldo e resolvi conhecer o estúdio. Achei muito organizado. Ele é um profissional responsável que mantém o ambiente limpo e organizado. Isso é essencial”, destaca Tiago.